Dentro de um mesmo ministério, áreas sob tutela do Centrão têm mais verbas e inauguram mais
As marcas do Centrão no governo de Jair Bolsonaro já são visíveis: como era de se esperar, o grupo aloja seus afilhados justamente nos setores onde há mais dinheiro para gastar e mais obras para inaugurar. Um exemplo bem ilustrativo disso está no Ministério do Desenvolvimento Regional, chefiado por Rogério Marinho. Alguns setores da pasta...
As marcas do Centrão no governo de Jair Bolsonaro já são visíveis: como era de se esperar, o grupo aloja seus afilhados justamente nos setores onde há mais dinheiro para gastar e mais obras para inaugurar.
Um exemplo bem ilustrativo disso está no Ministério do Desenvolvimento Regional, chefiado por Rogério Marinho. Alguns setores da pasta estão entregues a indicados do Progressistas, ex-PP, e é exatamente neles que estão os números mais expressivos.
É o caso do Departamento de Projetos de Mobilidade e Serviços, responsável por metade de todas as 6.961 obras inauguradas pelo ministério no ano passado, ao custo de 4 bilhões de reais.
O setor é comandado pelo advogado piauiense Maxwell Vieira, indicado pelo senador Ciro Nogueira, presidente nacional do partido. Para se ter uma ideia, outra área importante da pasta, mas que não faz parte dos domínios do Centrão, desempenhou bem abaixo: a estratégica Secretaria de Habitação tocou menos obras -- apenas 45 -- e gastou um valor 15 vezes menor no mesmo período.
Já Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, o Dnocs, outro feudo do Centrão no ministério, registrou números expressivos. Não exatamente nas cifras envolvidas, mas no número de "inaugurações" de obras: foram 2.709 projetos em 2020, boa parte em perfuração de poços no Nordeste, ao custo de 28 milhões de reais. Isso representa quase 40% dos projetos da pasta concluídos no ano.
O Dnocs está desde maio de 2020 passado sob o comando de Fernando Marcondes de Araujo Leão, indicado pelo novo presidente da Câmara, Arthur Lira, também do Progressistas.
Em nota, o MDR, comandado por Rogério Marinho, informou que os 45 empreendimentos da Secretaria de Habitação estão relacionados a obras de urbanização e que não estão nesse cálculo os conjuntos habitacionais, registrados à parte.
O ministério afirmou ainda que as obras de mobilidade, aquelas realizadas pelo apadrinhado de Ciro Nogueira, aparecem em número mais expressivo porque “são, praticamente em sua totalidade, de pavimentação e recapeamento de vias”.
Segundo a pasta, “o mesmo vale para as ações do Dnocs, principalmente em relação à perfuração de poços e implantação de sistemas de abastecimento, ambas de pequeno porte”.
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Comentários (4)
Olívia
2021-02-08 18:40:59Assim se perpetuam as famiglias. Renanzinho, Sarneyzinho, etc, pelos três poderes. Só o voto salva.
Amilcar
2021-02-08 17:23:50E o que nós esperamos de vocês não são apenas manchetes, mas investigações que apontem para...malfeitos, como umas antas gostavam de falar. Centrão existe desde 22 de abril de 1500. Imprensa séria veio bem depois. O Centrão continua ativo. Já a imprensa séria...
CLAUDEMIR DOS SANTOS
2021-02-08 08:46:39Se não fosse a pandemia o bloco já estaria nas ruas pedindo para o Bozo e cambada saírem.
JOHN GALT
2021-02-07 17:19:26Quando o PT sistematizou a corrupção no Brasil, tínhamos um corpo em forma, com a nossa saúde em dia. Agora estes urubus, estão atacando um corpo enfermo. Eles não estão nem aí. Vão sugar tudo, até os ossos. Aquela festa dos 300 da Desgraça, se contrapondo aos 300 de Esparta, que eram imbatíveis no desfiladeiro da honra, são como o vírus da Matrix, que vão de duplicando ad infinitum. E vírus são por natureza insensíveis e egoístas. Como nos defender disso sem a Lava Jato, que o Bolsonaro matou?