Decisão no Senado americano pode definir guerra na Ucrânia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (foto), cancelou os planos de pedir um novo pacote de ajuda militar a um grupo de senadores americanos nesta terça, 5. A solicitação seria feita por vídeo, de maneira remota. A desistência do ucraniano ocorre no momento em que o senador republicano Mitch McConnell, geralmente uma forte voz pró-ucraniana,...
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (foto), cancelou os planos de pedir um novo pacote de ajuda militar a um grupo de senadores americanos nesta terça, 5. A solicitação seria feita por vídeo, de maneira remota.
A desistência do ucraniano ocorre no momento em que o senador republicano Mitch McConnell, geralmente uma forte voz pró-ucraniana, disse à sua bancada para não aprovar um pacote de ajuda de 106 bilhões de dólares para a Ucrânia. McConnell acha que assim os republicanos podem conseguir a liberação de fundos para lidar com a crise na fronteira com o México, uma pauta do seu partido. Uma votação sobre o assunto deve ocorrer nesta quarta, 6.
Com a liberação de mais ajuda à Ucrânia dependendo das questões de política interna dos Estados Unidos, Zelensky corre o risco de não poder contar com o socorro de seu principal aliado na luta contra a invasão russa.
"Certamente, a decisão que será tomada no Senado terá forte influência no conflito ucraniano. A Ucrânia decidiu fazer uma guerra de alta intensidade, a qual depende de tanques e lançadores de foguetes para atacar o inimigo e tentar tomar território. Sem o envio desses equipamentos por parte dos Estados Unidos, será preciso ver se os europeus poderiam compensar a diminuição da ajuda americana", diz o coronel da reserva Paulo Roberto da Silva Gomes Filho.
Caso os europeus não possam ou não queiram preencher o vácuo deixado pelos americanos, uma mudança na estratégia seria necessária. "Os ucranianos então poderiam decidir em fazer uma guerra de resistência, como uma guerra de guerrilha. É assim que os mais fracos normalmente atuam nos conflitos", diz Paulo Filho.
A reconquista de territórios, com essa outra abordagem, ficaria bem mais difícil, principalmente porque a máquina de guerra russa continua operando a todo vapor. "Em uma guerra de resistência, o mais fraco pode vencer o mais forte pelo cansaço. O Talibã levou vinte anos para tirar os americanos do Afeganistão. A pergunta daí seria o que poderia levar os russos a quererem sair da Ucrânia", diz Paulo Filho.
Um corte drástico da ajuda americana, contudo, não deve ocorrer porque há um lobby muito forte da indústria bélica americana no Congresso. "Cerca de 90% dos valores enviados em ajuda para a Ucrânia acabam voltando para os Estados Unidos, então acho que seria muito difícil que os senadores não aprovem isso", diz o coronel da reserva.
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Comentários (1)
Marcia Elizabeth Brunetti
2023-12-06 16:51:44Pelos comentários de Canais independentes internacionais a Ucrânia já deve considerar a Guerra perdida. Espero que isso não se concretize.