Governo do México de saída pausa relações com embaixada dos EUA
O governo do presidente Andrés Manuel López Obrador (foto), no México, anunciou uma "pausa" nas relações com a embaixada dos Estados Unidos na capital mexicana. A medida atinge apenas a missão diplomática americana na Cidade do México. Qualquer outra área da relação entre os dois países, como na colaboração no combate à tráfego ilegal na...
O governo do presidente Andrés Manuel López Obrador (foto), no México, anunciou uma "pausa" nas relações com a embaixada dos Estados Unidos na capital mexicana.
A medida atinge apenas a missão diplomática americana na Cidade do México. Qualquer outra área da relação entre os dois países, como na colaboração no combate à tráfego ilegal na fronteira, permanece.
O anúncio de López Obrador, que deixa a Presidência em outubro à sua sucessora e afilhada política, Claudia Sheinbaum (foto), é uma reação a críticas do embaixador americano no México, Ken Salazar.
“Espero que haja uma ratificação deles de que vão respeitar a independência do México. Enquanto não houver isso e continuarem com essa política, há uma pausa com a embaixada”, disse López Obrador em coletiva nesta terça, 27 de agosto.
Salazar criticou a reforma do Poder Judiciário que o atual presidente tenta aprovar desde 2022 e que Sheinbaum se comprometeu a seguir em frente.
Dentre as propostas, está a eleição direta a ministros do Supremo e a juizes de tribunais menores.
Leia mais em Crusoé: O que diz pesquisa do governo sobre 80% de apoio a reforma do Judiciário
Juízes entram em greve no México contra reforma de AMLO
Mais de mil juízes mexicanos, assim como seus auxiliares no Judiciário, entraram em greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira, 20, contra uma proposta de reforma do poder Judiciário capitaneada pelo presidente Andrés Manuel López Obrador (foto), conhecido como AMLO. A ideia de reforma é uma das principais do fim do seu mandato e deve ser mantida pela sua sucessora e pupila partidária, Claudia Sheinbaum.
A paralisação veio com 1.202 votos favoráveis e 201 contrários dentro da principal associação de magistrados do país. Em estados como Michoacán e Oaxaca, juízes e funcionários do Judiciário saíram às ruas para protestar, chegando a bloquear ruas.
O texto proposto pelo presidente mexicano quer que juízes sejam eleitos por voto popular e cumpram mandatos para o cargo. A proposta é vista como uma violação de poderes e uma tentativa do partido do presidente em romper o sistema de pesos e contrapesos que rege o Estado mexicano. A bolsa de valores do país caiu após o início da greve.
Os juízes são os primeiros críticos da proposta. "Não é possível que, sob a invocação da defesa da vontade popular, possa se defender o desconhecimento da ordem jurídica", disse a associação nacional de magistrados mexicanos (Jufed), "posto que nada contraria mais os interesses do povo do que a própria transgressão constitucional."
A reforma do Judiciário, no entanto, deve continuar a ser debatida no Legislativo do país mesmo após AMLO deixar o poder, em 1º de outubro. Isso porque é sua pupila política, a ex-governadora Claudia Sheinbaum, que o sucederá para seis anos no cargo nesta data.
Se aprovada —o que o governo espera que ocorra em setembro— a proposta prevê uma primeira rodada e eleições no início de junho do ano que vem. A segunda rodada de eleições ocorreria em 2027, junto a um novo ciclo de eleições para deputados federais. A campanha, então, poderia colocar candidatos a parlamentar no mesmo palanque daqueles que o julgarão, ou uma situação inversa onde eleitorados escolham deputados e juízes de campos políticos opostos.
Apesar disso, a proposta é vista com bons olhos pelos eleitores mexicanos, e em parte surfa nos bons números de AMLO.
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