Curdos conquistam sete cidades na Síria
"Resposta aos apelos urgentes da população local face ao risco crescente de o Estado Islâmico", afirmam os curdos
As Forças Democráticas Sírias (FDS), lideradas pelos curdos da Unidade de Proteção Popular (YPG), anunciaram a conquista de sete cidades na província de Deir Ezzor, no leste da Síria.
As cidades tomadas pelo curdos são: Salhiya, Tabia, Hatla, Jesham, Mazlum, Huseiniya e Deir Ezzor. Elas estavam sob controle do regime de Bashar Al-Assad.
Em declaração publicada pela célula das FDS, os curdos afirmaram:
"É uma resposta aos apelos urgentes da população local face ao risco crescente de o Estado Islâmico explorar os acontecimentos no oeste do país".
A conquista representa um enfraquecimento da ditadura síria, após os episódios de avanço dos jihadistas do grupo terrorista Tahrir al-Sham (HTS), ex-braço da Al-Qaeda, sobre Aleppo e Idlib.
Os curdos sustentam que o grupo HTS está sendo "orquestrado" pela Turquia, comandada pelo ditador Recep Tayyip Erdogan.
Os ataques do HTS
A ofensiva do HTS sobre Aleppo provocou a retiradas das forças de Assad.
Em resposta, o regime sírio respondeu com bombardeios provenientes da Rússia.
Damasco afirmou ter "eliminado 400 terroristas".
O líder político da oposição síria, exilado na Turquia, Hadi Al Bahra disse que a ofensiva dos terroristas continuará "até que Assad se sente para negociar".
"Temos força suficiente para combater Assad”, afirmou.
Janela de oportunidade
O grupo terrorista HTS, cuja forte característica é a organização militar, observou o momento desfavorável para Rússia e Irã no suporte ao regime de Assad.
A ditadura de Putin concentra esforços na guerra contra a Ucrânia, enquanto os iranianos travam uma batalha em Gaza, contra Israel, e tentam sustentar o Hezbollah.
Assad, então, encontra-se com menos apoio dos aliados na nova investida dos jihadistas para derrubar o seu regime.
Ao se ver sem defesas, Assad fez um esforço diplomático para contactar representantes do Irã e da Rússia.
Todos prometeram ajuda.
O problema é que Rússia, Irã e Hezbollah não estão com as mesmas condições de antes para defender o aliado Assad.
O caminho para Damasco pode estar se abrindo para os jihadistas.
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