Cristina Kirchner vai ser presa?
A decisão do tribunal sobre a condenação de seis anos de prisão por corrupção, proferida por instâncias inferiores, é crucial para o futuro político da ex-presidente

A política argentina vive um momento de intensa expectativa em relação à Corte Suprema, especialmente em função da candidatura de Cristina Kirchner para a Assembleia Legislativa da Província de Buenos Aires.
A decisão do tribunal sobre a condenação de seis anos de prisão por corrupção, proferida por instâncias inferiores, é crucial para o futuro político da ex-presidente.
Se a Corte confirmar a sentença até 19 de julho — prazo final para inscrição de candidaturas — Kirchner enfrentará a detenção e uma inabilitação permanente para cargos públicos.
Por outro lado, se a Corte se mantiver em silêncio ou decidir absolver a ex-presidente, ela poderá retomar sua trajetória na política.
Cristina apela à militância
Na manhã desta segunda-feira, 9 de junho, as ruas estavam repletas de militantes peronistas que celebravam um raro momento de união entre as facções do movimento.
O evento contou com a presença do governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, considerado um dos principais rivais internos de Kirchner. Durante seu discurso, a ex-presidente convocou seus apoiadores a se mobilizarem caso um veredicto desfavorável resulte em sua prisão.
Em novembro de 2024, a Câmara de Cassação havia ratificado a condenação contra Kirchner, considerando comprovada a administração fraudulenta durante seu governo ao favorecer o empresário Lázaro Báez com várias obras públicas na província de Santa Cruz.
O tribunal determinou que Báez retribuía os benefícios recebidos através de acordos ilícitos envolvendo empresas ligadas à ex-presidente. A responsabilidade agora recai sobre a Corte Suprema, que deve decidir se mantém ou revê essa condenação.
É importante ressaltar que o tribunal não possui prazos definidos para suas deliberações e frequentemente evita emitir decisões com grande impacto político durante períodos eleitorais.
Atualmente, apenas três dos cinco membros da Corte estão ativos, o que tem gerado especulações sobre um possível desfecho nos próximos dias.
Dada sua idade avançada, caso a condenação seja confirmada, Kirchner poderia cumprir pena em regime domiciliar.
"Por que não me deixam competir?"
Com isso em mente, a ex-presidente tem intensificado sua presença no cenário político. Durante um evento em Corrientes, ela questionou os motivos pelos quais não permitem sua participação nas eleições: "Por que não me deixam competir?" Em suas redes sociais, postou uma imagem sorridente acompanhada da frase: "Olha como eu tremo".
Encerrando o evento diante de uma multidão entusiasmada, Kirchner desafiou as autoridades: "Se eu for presa, isso mudará algo na vida das pessoas? A população continuará enfrentando problemas financeiros sob esta política." Suas declarações ressaltam sua estratégia de polarização nas eleições que se aproximam.
Segundo pesquisa da CB Consultora Pública publicada pelo Clarín, 45% dos eleitores afirmam que nunca votariam nela, enquanto 30% se mostram dispostos a apoiá-la e 20% ainda estão indecisos. O governo e aliados políticos acusam Kirchner de buscar proteção legal através dos privilégios de uma candidatura.
Javier Milei
O presidente Javier Milei almeja usar essa polarização para consolidar sua posição nas eleições provinciais do dia 7 de setembro.
Uma vitória do seu candidato representaria o fim da era kirchnerista após duas décadas dominantes.
No entanto, uma possível inabilitação da ex-presidente exigiria que todos os partidos reestruturassem suas estratégias diante do novo cenário político incerto.
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Comentários (1)
MARCOS
2025-06-10 20:12:27ELA É A LULA ARGENTINA.