Congresso espera nome moderado para o Exército
Com a sinalização de que Jair Bolsonaro busca maior influência sobre as Forças Armadas e a lembrança dos atos antidemocráticos ainda fresca na memória, o Congresso acompanha com atenção a troca no comando do Exército -- na manhã desta terça-feira, 30, os comandantes das três forças entregaram seus cargos, após reunião com o novo ministro...
Com a sinalização de que Jair Bolsonaro busca maior influência sobre as Forças Armadas e a lembrança dos atos antidemocráticos ainda fresca na memória, o Congresso acompanha com atenção a troca no comando do Exército -- na manhã desta terça-feira, 30, os comandantes das três forças entregaram seus cargos, após reunião com o novo ministro da Defesa, Braga Netto.
Os parlamentares condenam o eventual uso político do Exército e exigem que a escolha seja por um general de perfil moderado. Deputados e senadores entendem que, se Bolsonaro optar por um nome ao estilo Eduardo Villas Bôas, voltará a tensionar as relações com o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.
Os parlamentares veem a necessidade de um comandante que defenda a independência do Exército principalmente em razão da inconstância de Bolsonaro. O presidente, ressaltaram deputados em conversa com Crusoé, transita entre duas personalidades: a que prega a democracia e a que estimula atos antidemocráticos.
O novo chefe da Força não pode fazer o mesmo, tampouco se aproximar da política, que, segundo frisaram, deve se restringir a Executivo e Legislativo. "É preciso buscar um ponto de equilíbrio", disse um deputado do Centrão, sob reserva. "O Exército sempre foi e sempre será uma ferramenta de Estado e não de governo. O Congresso jamais aceitaria interferências do governo na Força", comentou outro parlamentar.
Hoje, o mais cotado para o cargo é o comandante militar do Nordeste Marco Antônio Freire Gomes. O general já atuou como secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional no governo Michel Temer, com quem, não raro, o presidente se aconselha. Mas para nomear Freire Gomes, Bolsonaro teria que aposentar seis generais quatro estrelas mais antigos que ele.
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Comentários (4)
Alvaro
2021-03-30 15:17:50Atenção! Tenho uma informação de algibeira, e passo adiante: um grupo denso na alta cúpula militar admite a possibilidade de uma intervenção militar no atual governo na condição de ter o apoio explícito do Congresso e do Judiciário. Há conversas sugerindo que Bolsonaro renuncie, e seja dada posse ao Gal. Mourão, que governaria por 90 dias, após o que haveria uma eleição indireta de um novo mandatário que governaria até as próximas eleições. apscosta/df
Scully
2021-03-30 14:14:28Parabéns às Forças Armadas! Há na sociedade uma relação equivocada, polarizada com essa instituição; de amor ou ódio exagerado, preconceito ou idealização! O que estes generais estão mostrando é que merecem respeito e que não submeterão uma instituição tão importante, de segurança nacional e democrática à arbitrariedade e irresponsabilidade deste governo. Essa postura é um alívio para os cidadãos que acreditam em um país futuramente livre de qualquer dominação pelo poder autoritário.
Águia do Marajó
2021-03-30 14:12:58Moderado para tratar com os políticos de Brasília...?
Manoel
2021-03-30 14:12:36Faço minha suas palavras. Moro 2022!