Congresso deveria liderar reforma administrativa
Diante da negligência do governo Lula em pautar com seriedade esse debate, cabe ao Congresso Nacional assumir o protagonismo da discussão

O grupo de trabalho sobre a reforma administrativa criado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e que tem como relator o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), caminha na direção correta ao buscar eliminar distorções no funcionalismo público e enfrentar um dos principais gargalos da administração estatal brasileira.
A condução dessa agenda representa uma resposta concreta a um anseio da sociedade e uma oportunidade de modernizar a máquina pública sem prejuízos aos bons servidores — mas com foco em desempenho, mérito e resultados.
Essa percepção encontra respaldo em dados. Segundo pesquisa DataFolha realizada em novembro de 2024, 80% dos brasileiros apoiam a demissão de servidores públicos em caso de má performance na função. Ainda mais expressivo, 90% são favoráveis à implementação de avaliações constantes de desempenho.
Esses números indicam de forma inequívoca que a população brasileira deseja um serviço público mais eficiente, menos corporativista e mais voltado ao interesse coletivo.
Congresso alinhado
Além do apoio popular, há também sinais claros de que o Congresso atual está alinhado com essa demanda. Um levantamento feito pelo Ranking dos Políticos em agosto de 2023 mostra que 54,7% dos deputados e 60,9% dos senadores são favoráveis à regulamentação da demissão de servidores públicos.
A adoção de avaliações de desempenho tem apoio de 80,2% dos deputados e 82,6% dos senadores. Já a vinculação de parte da remuneração ao desempenho, no formato de bônus por resultados, conta com a aprovação de 73,6% dos deputados e 73,9% dos senadores.
Esses resultados reforçam a relevância da Reforma Administrativa e seu cunho popular, demonstrando que a sociedade brasileira anseia por mudanças que aprimorem a gestão pública e garantam serviços de qualidade.
É essencial que os parlamentares compreendam esse sentimento da população e trabalhem de forma conjunta para encontrar soluções que tornem a reforma viável e eficaz.
Negligência
Diante da negligência do governo Lula em pautar com seriedade esse debate, cabe ao Congresso Nacional assumir o protagonismo da discussão e liderar um processo que resulte em um Estado mais justo, eficiente e funcional.
O povo brasileiro, que já suporta uma das maiores cargas tributárias entre os países emergentes, merece em troca um serviço público à altura de seu esforço e contribuição. Está nas mãos dos congressistas dar essa resposta.
Luan Sperandio é diretor de operações do Ranking dos Políticos
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Comentários (1)
MARCOS
2025-06-25 15:54:32SOU SERVIDOR PÚBLICO APOSENTADO E POSSO DIZER COM ABSOLUTA CERTEZA, POIS PRESENCIEI VÁRIAS VEZES, O DESLEIXO DE ALGUNS SERVIDORES PÚBLICOS ESTÃO SE LIXANDO PARA O TRABALHO E SABEM QUE NÃO SERÃO DEMITIDOS, EU OS CHAMO DE PRIVILEGIADOS POPIS OS CHEFES SABENDO DA INEFICIÊNCIA DELES, COLOCAM O BOM E COMPETENTE SERVIDOR PARA FAZER TAMBÉM O TRABALHO DESSES INFELIZES. SÃO PRIVILEGIADOS ENQUANTO O BOM SERVIDOR VIRA "BURRO DE CARGA". TEM QUE HAVER O SISTEMA DE MERITOCRACIA PARA PREMIAR OS BONS SERVIDORES E DEMITIR OS PARASITAS.