Como a queda das ações argentinas revela o medo dos mercados
Calote, congelamento de tarifas e intervencionismo nas estatais. Essas são as três maiores preocupações do mercado na Argentina após a divulgação do resultado das eleições primárias nesta segunda-feira, 12. Nessa consulta pública, que é um bom indicador para o pleito geral de outubro, a chapa de Alberto Fernández e Cristina Kirchner saiu-se vitoriosa, com 47% dos...
Calote, congelamento de tarifas e intervencionismo nas estatais. Essas são as três maiores preocupações do mercado na Argentina após a divulgação do resultado das eleições primárias nesta segunda-feira, 12.
Nessa consulta pública, que é um bom indicador para o pleito geral de outubro, a chapa de Alberto Fernández e Cristina Kirchner saiu-se vitoriosa, com 47% dos votos e uma folga de mais de 15 pontos percentuais de distância do presidente Mauricio Macri (foto).
Como consequência, o índice Merval, da Bolsa Argentina, caiu mais de 30% nesta segunda, 12.
As ações de empresas argentinas que mais perderam valor em Wall Street foram as de instituições financeiras, que caíram cerca de 50%. "O temor de um calote do governo na dívida interna e externa naturalmente cresceu. Como os bancos possuem títulos do governo, eles ficam mais vulneráveis", diz o economista Roberto Luis Troster, em São Paulo.
Em segundo lugar, as empresas mais afetadas foram as de serviços, como eletricidade, gás e telefonia. A preocupação, nesse caso, é com o congelamento de tarifas em um próximo governo.
Os papéis da estatal petrolífera argentina, a YPF, perderam mais de 30% do valor. A chegada de Macri ao poder, no final de 2015, foi o que permitiu a empresa retomar a competitividade e explorar o gás de xisto em Vaca Muerta, no sul do país. O risco, agora, é de uma volta ao passado.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (10)
Charles
2019-08-14 06:08:47O que mais me preocupa na crise argentina é o efeito dela no preço do Alfajor Havanna e da mezaluna.
Silvio
2019-08-13 21:46:38Moro perto da Argentina Argentinos estão comendo o pão que o diabo amassou. Com a volta da esquerda, não vai ter nem pão
VILBERTO
2019-08-13 10:12:39Infelizmente Macri ficou preso ao poder politico tradicional e corrupto e não teve a força necessária para as mudanças pretendidas em campanha. A volta da KFK é para rumo a Venezuela, pobre Povo Argentino. Nação rica a muito tempo nas mão do populismo e do poder politico corrupto.
MarcoA
2019-08-13 09:42:50Muito comentário aqui ligando direita, esquerda!!!! volta do pt, etc,etc,etc...quando a questáo simples é "competencia",,,,independente de vies, "competencia" e zelo....qq busca no google vai identificar que o mercado já sabia do fracasso do macri desde maio de 2018,,,MAIO!!! Para piorar isso o capitáo jogou suas fichas em quem provavelmente será derrotado, assim como o Trump tem grandes chances,,,,,,,tem que trabalhar, menos acóes midiaticas para o rebanho e trabalhar e ficar de boca calada
Cretino
2019-08-13 08:42:46Boçalnaro (e Guedes) já perdeu 225 dias com suas idiotices. Nada de concreto, importante e urgente foi feito na economia (Previdência à parte, que irá demorar). O povo quer emprego e esperança, não cascata de machão encrenqueiro. Perdemos tempo precioso. Os ventos argentinos e da desaceleração mundial estão à porta. Tudo indica que, na melhor hipótese, as coisas irão demorar para sair. As esquerdas agradecem. Poderão melhorar já em 2020. O povo irá cobrar nas urnas. Vide a Argentina.
Cretino
2019-08-13 08:21:43Matéria importante em O Antagonista: "O Lulismo é o Peronismo à Brasileira"; o que significa: se a economia não voltar a crescer forte e em ritmo constante, logo, estaremos abrindo espaço para a volta das esquerdas. Como a economia está recessiva, os efeitos de melhora somente poderão ser sentidos em 2021/2022; tudo indica que as eleições presidenciais serão tumultuadas e com espaço para PT, Ciro Gomes & Co. Boçalnaro está abrindo espaço para a Oposição. Nada de sério foi feito até agora.
GILMAR
2019-08-13 07:49:52A Argentina já foi um país muito rico, colocava a Europa no bolso, mas então no meio do caminho surgiu um Peron e Evita, com suas ações socialistas, pois na melhor da intenções queriam ajudar os "descamisados", deu no que deu. O pior que o mito persiste. Tivemos no Brasil um Getúlio, que era simpatizante de Mussolini, considerando que Peron era simpatizante de Hitler, tirem suas conclusões.
Uirá
2019-08-13 01:23:42Que Perón descanse em paz, ele não vai voltar dos mortos para salvar a Argentina, só o cidadão argentino pode tirar o país da situação em que ele se encontra, ninguém mais. Mas para isto é necessário que se deixe o passado para trás e se olhe para o futuro, qual deve ser a Argentina de amanhã e o que é necessário para alcançar a visão desta Argentina? Com certeza não é com um saudosismo de um passado cada vez mais distante, com certeza não é recorrendo ao BOLIVARIANISMO.
Uirá
2019-08-13 01:20:51É preciso se testar diferentes discursos para entender quais são mais efetivos. Se a Argentina espera alcançar o desenvolvimento de outrora, ela deve esquecer o passado e olhar para o futuro.Perón é passado, Cristina Kirchner, juntamente com o marido, são passado. Um passado oligárquico e corrupto, que é o ponto de junção entre uma se vincular Cristina Kirchner ao BOLIVARIANISMO e tb ao atraso (passado), não há coisa mais atrasada do que o BOLIVARIANISMO.
Uirá
2019-08-13 01:15:09Se a Argentina quer sair do atoleiro em que se encontra, eles devem começar a olhar para frente e deixar o passado exatamente onde ele deve ficar, no passado. Tal estratégia embute um risco alto, mas se for capaz de chacoalhar o mito mais forte da sociedade argentina, isto significaria que Cristina Kirchner, que usa o peronismo como forma de construir uma aura em torno de si mesma, estaria suscetível a ser desafiada nos mesmos termos que o peronismo.