Como a Eurasia vê o Brasil em 2026
"Caso o cenário econômico global se deteriore, o risco de o Brasil entrar em uma nova recessão que altere drasticamente o cenário político às vésperas de uma eleição acirrada em 2026 aumentaria"
A consultoria Eurasia publicou nesta terça, 23, um relatório sobre os riscos geopolíticos para o ano que vem, em todo o mundo.
No trecho sobre o Brasil, a Eurasia fala de uma possível recessão causada pelo descuido fiscal do governo Lula.
"O Brasil entrou 2025 sob significativa pressão financeira, impulsionada por crescentes preocupações com suas contas fiscais. A incapacidade de o governo Luiz Inácio Lula da Silva acalmar as preocupações dos investidores com os crescentes níveis de endividamento contribuiu para uma desvalorização de 27% da moeda em 2024, o que influenciou a decisão do Banco Central do Brasil de aumentar as taxas de juros. Caso o cenário econômico global se deteriore nessas condições, o risco de o Brasil entrar em uma nova recessão que altere drasticamente o cenário político às vésperas de uma eleição acirrada em 2026 aumentaria", afirma a Eurasia.
A consultoria afirma que a situação fiscal chegou a tal ponto que o governo precisa pedir dinheiro emprestado para pagar despesas correntes, como aposentadorias e serviços essenciais.
Com a eleição marcada para o ano que vem, a Eurasia entende que a chance de Lula realizar um ajuste nas contas é remoto, o que pode deteriorar ainda mais a situação das contas do governo.
"O Instituto Fiscal Independente estima que sejam necessários superávits primários de 2,4% do PIB para a estabilização da dívida, mas um ajuste dessa magnitude exigiria cortes de gastos inconcebíveis por parte de Lula. Embora seu governo vá implementar alguns cortes em gastos discricionários e medidas para reforçar a arrecadação, é improvável que faça o suficiente para aliviar a tensão do mercado, que poderia alimentar ainda mais a inflação ao enfraquecer a moeda", afirma o relatório.
"Não se espera um colapso do crescimento em 2025, e o Banco Central manterá sua independência e seu mandato de metas de inflação. No entanto, um cenário externo global mais negativo aumentará a preocupação no Palácio do Planalto com as chances eleitorais de Lula em 2026 e poderá levar a uma deterioração da política monetária. Um cenário global negativo aumentaria as chances de um candidato da oposição favorável ao mercado vencer em 2026, mas também alimentaria o sentimento anti-establishment e abriria caminho para um resultado inesperado", afirma o relatório.
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