China compra mais do Brasil. Vendas aos EUA despencam
Brasil dribla crise com os EUA e redireciona exportações à China. Em novembro, Argentina e Europa compraram menos
O Brasil viveu um novembro de contrastes no comércio exterior, com as exportações a China disparando e aos Estados Unidos desabando.
Segundo dados oficiais do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, as remessas brasileiras à China saltaram 41,0% no mês, atingindo 8,271 bilhões de dólares.
No acumulado de 2025, as vendas ao país asiático somam quase 92,9 bilhões, consolidando a China como o principal destino das exportações brasileiras.
Esse desempenho do país asiático foi o grande motor da balança comercial de novembro, ajudando o Brasil a registrar superávit de cerca de 5,8 bilhões no mês.
Por outro lado, as exportações brasileiras aos EUA caíram 28,1% em novembro, de 3,703 bilhões de dólares em 2024 para 2,662 bilhões neste ano, marcando a quarta retração consecutiva.
O principal fator por trás do recuo nas vendas ao mercado americano é o tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump ao Brasil. A sobretaxa de 50% sobre muitos produtos brasileiros tornou muitos embarques menos competitivos, levando empresas a buscar outros mercados.
Com a China absorvendo boa parte das exportações, especialmente commodities como soja, carne e minérios, o país ganhou um porto seguro em meio à crise com os EUA.
Dados de grupos do setor agrícola indicam que, em novembro, as exportações de soja do Brasil saltaram 64%, reflexo de uma safra recorde e da demanda chinesa.
No entanto, embora o desempenho chinês alivie o impacto da queda nas vendas aos EUA, o cenário revela que o Brasil continua dependente de poucas commodities e exposto a essas flutuações externas.
Com a União Europeia, o Brasil viu as exportações caírem 11,6% em novembro, para 4,12 bilhões de dólares, enquanto as importações subiram 19,8%. No ano, vendas de 45,47 bilhões e compras de 46,70 bilhões mantiveram déficit e corrente de comércio de 92,17 bilhões
Com a Argentina, as exportações caíram 3,4% em novembro, somando 1,23 bilhões, e as importações recuaram 7,8%, mas de janeiro a novembro, as vendas para o país vizinho cresceram 36,8% e atingiram 17,08 bilhões, gerando superávit de 5,21 bilhões.
A persistência da guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos pode manter esse quadro instável, mas a julgar pelas conversas positivas entre Lula e Trump, novos cortes de tarifas para produtos brasileiros podem estar no horizonte.
De toda forma, para manter a balança comercial positiva, o país deverá seguir se esforçando para diversificar destinos e produtos e reduzindo a dependência de mercados sensíveis a disputas geopolíticas.
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Comentários (1)
ISABELLE ALÉSSIO
2025-12-05 09:14:17👀