Chega apresenta projeto de lei para proibir burcas em Portugal
André Ventura afirma que vestimenta representa "objetificação da mulher" e ameaça à "segurança pública"

O presidente do Chega, André Ventura, afirmou que o partido apresentou um projeto de lei no Parlamento com o objetivo de proibir as mulheres o uso de burcas por mulheres em Portugal.
Segundo o líder da segunda maior legenda do país, a vestimenta representa "uma objetificação das mulheres" e um risco "à segurança pública".
"É possível que já tenham visto, mas é mesmo verdade. Nós vamos propor - demos entrada no Parlamento - um projeto para proibir as burcas em Portugal. Para proibir aquilo que está a acontecer pela Europa toda, que é esta invasão cultural, que transforma as mulheres em objetos, completamente tapados, sem quaisquer direitos. Como se não fossem uma pessoa. Não há nenhuma razão para que possamos aceitar isso. Nenhuma razão pela qual a Europa e Portugal tenham que aceitar isto.
Por isso, é tempo de coragem e é tempo de assumir os nossos valores. As burcas, para além de serem uma desumanização, uma objetificação das mulheres, são um atentado e um perigo para a nossa segurança pública. Sabe por que ninguém fala disso? Tem medo. Tem medo do confronto cultural. Tem medo de assumir os nossos valores. Nós não temos e, por isso, vamos seguir em frente até que Portugal assuma o país de valores", diz o parlamentar.
Ventura afirma ainda que a proposta "não é uma questão religiosa", mas "uma questão de civilização".
"Ou a defendemos, ou a deixamos morrer", disse.
Na última eleição, a legenda liderada pelo político, que chegou a ser hospitalizado duas vezes durante a campanha, ampliou sua presença parlamentar.
O Chega é o principal partido de oposição ao governo do primeiro-ministro Luís Montenegro.
Burca
A burca é uma vestimenta tradicional usada por algumas mulheres muçulmanas, que cobre o corpo inteiro, inclusive o rosto, deixando apenas uma tela na altura dos olhos para permitir a visão.
Diferente do hijab, que cobre apenas o pescoço e cabelo, a burca é vista por interpretações mais rígidas do Islã como sinônimo de modéstia.
No entanto, em muitos contextos, o uso do item é criticado por ser considerado uma imposição às mulheres.
Alguns países europeus já proibiram a burca em ambientes públicos, entre os quais a França, Bélgica e Dinamarca.
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