Candeias do Jamari, a cidade viciada em trocar de prefeitos
Única cidade além da capital a fazer parte da Região Metropolitana de Porto Velho, Candeias do Jamari (foto) não tem maiores atrativos que a tornem nacionalmente conhecida: a 20 km da metrópole, possui uma população pequena, de 22,2 mil habitantes, e uma área de 6.840 quilômetros quadrados, pouco mais de cinco vezes a cidade de...
Única cidade além da capital a fazer parte da Região Metropolitana de Porto Velho, Candeias do Jamari (foto) não tem maiores atrativos que a tornem nacionalmente conhecida: a 20 km da metrópole, possui uma população pequena, de 22,2 mil habitantes, e uma área de 6.840 quilômetros quadrados, pouco mais de cinco vezes a cidade de São Paulo.
O que torna a cidade única é o seu eterno arranca-rabo com sua própria prefeitura: desde que a cidade se emancipou de Porto Velho, em 1992, oito prefeitos não conseguiram terminar o seu mandato.
Nesta semana, a cidade cravou o mais recente da lista: Valteir Queiroz (União Brasil) foi destituído por unanimidade pela Câmara Municipal. Ele era investigado pela Polícia Civil por contratos suspeitos firmados durante a pandemia, no valor de 2 milhões de reais, e já estava afastado das suas funções desde junho.
Durante a sessão que selou o fim do seu mandato, nesta quarta-feira (26), a Câmara debateu o tema por três horas, antes de um veredito favorável ao afastamento pelos 11 vereadores da Casa.
Acontece que a situação não é inédita. Desde meados da década de 1990, o município sofre com o afastamento de suas lideranças municipais. A situação degringolou a partir de 2017. Chico Pernambuco (PSB), então em seu terceiro mês de mandato, acabou morto em uma emboscada que teve motivação política, segundo a polícia.
Seu vice, Luís Ikenohuchi (então no Democratas), tomou a liderança e acabou cassado dois anos depois pela Câmara, acusado de improbidade administrativa.
Lucivaldo Fabrício, então presidente da Câmara, venceu a eleição suplementar e, em julho de 2019, se consagrou como novo líder dos jamarienses. Só que ele foi acusado da compra de testes de Covid sem licitação durante a pandemia e, assim, se tornou o terceiro seguido a não chegar ao fim do mandato — desta vez, por ordem da Justiça.
Em 2020, Valteir foi eleito com 5.815 votos, mais de mil votos à frente do próprio Lucivaldo. Ele passou da metade do mandato, mas uniu-se à sina de Chico, Luís, seu concorrente nas últimas eleições municipais e outros quatro prefeitos na breve história da cidade.
Agora o vice-prefeito, Toninho Cerejeiras (PSB), comandará o município. No entanto, não se sabe até quando.
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