Brasil se abstém de condenar Irã na ONU por repressão a mulheres
Delegação brasileira novamente evita condenar o regime iraniano por violações de direitos humanos contra mulheres e crianças em Teerã
A delegação brasileira enviada à Organização das Nações Unidas (ONU) pelo presidente Lula (PT) se absteve de condenar o Irã, nesta quarta-feira, 20, pelos recorrentes episódios de repressão contra mulheres e por penas de morte na capital Teerã.
A resolução da condenação foi proposta por países da União Europeia e Estados Unidos, tendo apoio de 77 nações.
Todos os integrantes do grupo dos Brics acompanharam o Brasil na decisão de não condenar as ações do regime iraniano. Ao todo, 66 países decidiram pela abstenção.
O Itamaraty não emitiu nenhum comunicado para justificar o voto.
Nova abstenção
Em abril, o chefe da Delegação Permanente do Brasil no Escritório da ONU, Tovar da Silva Nunes, reconheceu as consecutivas violações de direitos humanos do governo do Irã.
No entanto, o Brasil já tinha optado por se abster na votação de uma resolução que ampliavam as investigações do regime iraniano sob a alegação da necessidade de se ter um "diálogo construtivo".
Tovar justificou a decisão dizendo que o governo iraniano estava cooperando com investigações iniciadas em 2022 para apurar a morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos.
Apesar da delegação ter ficado de fora, as resoluções propostas foram aprovadas.
Os protestos em Teerã
Desde a morte de Mahsa Amini, após ser detida pela polícia moral por uso inadequado do hijab, o regime iraniano enfrenta uma forte onda de protestos.
O assassinato da jovem desencadeou na criação de movimento de resistência entre as iranianas chamado "Mulher, Vida, Liberdade".
As autoridades têm respondido com repressão severa, resultando em centenas de mortes e milhares de detenções.
No início de novembro, uma estudante foi detida após protestar sem roupas no campus da Universidade Azad em Teerã.
Mídias governamentais alegaram que ela sofria de problemas mentais, embora nenhuma evidência tenha sido apresentada para sustentar essa afirmação.
Leia mais: "Irã cria "clínica do hijab" para tratar mulheres que rejeitam o uso do véu"
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Comentários (3)
MARCOS
2024-11-21 19:29:20CANALHADA PETISTA. APOIADORES DE TERRORISTAS. PILANTRAS.
Andre Luis Dos Santos
2024-11-21 15:37:14Não dá pra esperar nada minimamente decente do Anao Diplomático e esse Itamaraty dominado por sujeitos como CA e MV.
Amaury G Feitosa
2024-11-21 15:30:48Ditadura alinhada a outra apenas isto ... o Brasil é um moribundo e esqueceram de cremar.