Bolsonaro virou um fardo – e o impeachment ganha fôlego
À medida que as eleições se aproximam, a chamada perspectiva de poder se torna cada vez mais preponderante para determinar os movimentos políticos. Por isso, os discursos de Jair Bolsonaro neste Sete de Setembro, por mais que mobilizem a franja mais radical do bolsonarismo, politicamente jogam contra ele. Para além da retórica golpista, que de...
À medida que as eleições se aproximam, a chamada perspectiva de poder se torna cada vez mais preponderante para determinar os movimentos políticos. Por isso, os discursos de Jair Bolsonaro neste Sete de Setembro, por mais que mobilizem a franja mais radical do bolsonarismo, politicamente jogam contra ele.
Para além da retórica golpista, que de fato pode ser o estopim do processo de impeachment que voltou a ganhar força nas últimas horas no Congresso, o que mais afugenta os políticos, e contribui decisivamente para a deposição de Bolsonaro, é o tom insistentemente derrotista do presidente.
Ao reiterar a cantilena de contestação do resultado das urnas, Bolsonaro prepara com mais de um ano de antecedência o discurso da derrota eleitoral – o que, inclusive, endossa as recentes pesquisas de opinião. Pelo retrato do momento, Bolsonaro toma uma tunda de todos os seus potenciais concorrentes. No segundo turno, então, ele virou o adversário dos sonhos de todos os interessados em alcançar a Presidência da República em 2022.
Os discursos do presidente deixam claro ainda o pavor que ele tem de ser preso, como consequência das investigações no Supremo Tribunal Federal que correm contra ele, hoje sob a batuta de Alexandre de Moraes, não à toa o alvo principal de sua ira. O que lhe resta é o golpe, como ele repete dia sim e outro também. A diferença é que, no Sete de Setembro, ele aumentou o tom e falou com doses extras de empolgação embalado por seus apoiadores, que fizeram barulho e arruaça, encheram a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e a Avenida Paulista, em São Paulo, mas não chegaram nem perto dos 2 milhões de pessoas que o presidente imaginou que sairiam de suas casas para prestigiá-lo.
Ou seja, isso significa que o político que topar ficar ao lado de Bolsonaro até o final provavelmente terá de sustentar um presidente impopular, que reconhece o temor de ser preso, que dificilmente irá vencer as próximas eleições e cuja alternativa que sobra é partir para a aventura de um golpe de sucesso improbabilíssimo. Em outras palavras, Bolsonaro virou um fardo. Até para o Centrão.
Não é por outro motivo que o impeachment voltou a ganhar fôlego no Congresso. Integrantes do MDB, PSDB, Solidariedade e até Republicanos prometem “consultar suas bases” sobre o tema nos próximos dias. A escalada da retórica golpista é um bom pretexto – e com aderência na opinião pública. Mas processo de impeachment sempre foi e sempre será político. É a política que move os parlamentares. E é politicamente que Bolsonaro está cada vez mais frágil. A bola, de novo, foi lançada para o presidente da Câmara, Arthur Lira. Há quem diga que seu animus nas últimas horas mudou. A conferir.
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Comentários (10)
Mirian A.P. Aires
2021-09-08 20:29:47Como tem povo BURRO, neste país. Foi a favor das Diretas, para eleger um presidente da República, agora é favorável a um delinquente, que apoia de novo uma Ditadura. " Cada país tem os governantes que merecem". A nota é: De jumento pra baixo.
MARIZA
2021-09-08 18:41:32VOCÊS AINDA CONTINUAM A CHAMAR O POVO BRASILEIRO INDIGNADO , OPRIMIDO, REVOLTADO POR VER MINISTROS DO STF RASGANDO A CONSTITUIÇÃO DE BOLSONARISTAS ???? O POVO É SÁBIO QUANDO DIZ QUE ‘O PIOR CEGO É AQUELE QUE NÃO QUER VER’. VOCÊS ACHAM QUE PODEM NOS IDIOTIZAR E MANIPULAR ????? VOCÊS ACREDITAM QUE QUANDO RATOS INVADEM A NOSSA CASA , A INCENDIAMOS ? OU ACABAMOS COM OS RATOS ? O STF É A NOSSA CASA E VAMOS DEFENDÊ-LA, DOS RATOS QUE QUEREM DESTRUIR A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA, A SEGURANÇA DESSE PAÍS.
Ludinei
2021-09-08 15:52:14O Centrão carrega o caixão, mas não entra na cova. O esquife já está na porta do cemitério, os carregadores estão largando a alça do caixão e batendo em retirada. O impeachment do aloprado está logo ali.
Osvaldo
2021-09-08 12:59:06Onde estão as mortes que esse jornaleco de fundo de quintal torceu para existirem nas manifestações? Bossais
PAULO
2021-09-08 11:44:56O ex-presidiário colocou o seu bloco na rua, o Lula Livre. Bolsonaro sabe que dificilmente se livrará da cadeia, então coloca também o seu bloco na rua, o Bozo Solto. Verdade é que o corrupto Lula se deu bem, pois seu desmandos foram abstratos. Já o Bolsonaro tende a se dar muito mal, pois às mortes que o seu negacionismo causou são palpáveis. Moro 2022. Contra à corrupção é Moro. Moro Presidente 🇧🇷
ardo
2021-09-08 11:21:29Kkkkk me seus bostas! O MITO e o maior! Bolso.por 20 anos no poder! Adeus corrupção!
Eduardo
2021-09-08 10:27:05Motivos para o impedimento o Bolsonaro já deu de sobra. Cada discurso ou fala dele é um prato cheio de razões para tal. Conclusão: a classe política prefere mantê-lo no poder, desde que seja fragilizado e refém do sistema. Aí, sim, vai ser fácil derrotá-lo em 2022. Mas não nos enganemos, nada melhor virá. Esse é o jogo e o risco dos que hoje chutam um cachorro morto (sem ofensa aos caninos). A questão é que (im)popularidade é coisa de momento. Eventos aleatórios, imprevisíveis, acontecem sempre.
Jose
2021-09-08 10:10:34Ainda bem que não tenho que me penitenciar pelos erros do passado. Antes de votar, estudo com detalhe a vida dos candidatos e a partir disso decido o meu voto de forma racional. Posso até não eleger alguém, mas eu durmo com a consciência tranquila de ter feito o melhor pelo meu país. Isso faz uma enorme diferença!
Marcello
2021-09-08 09:14:20JB é um estorvo para o Brasil. E Lula e outras tranqueiras, também!
Rotch
2021-09-08 07:18:40Vou me repetir. Infelizmente. Pais sem futuro. Na marcha-ré. Sem expressao nenhuma no quadro geo-politico global. Uma piada (macabra). Lixo politico so. Direita, esquerda, centrao. Tudo. Naçao sem patriotismo; cada um so pensando em si mesmo. Corrupçao pesado em todos os niveis da sociedade, aparato juridico e politico. Povo (deixado de proposito) sem condiçoes de saber o que esta acontecendo; ensino publico de merd@, sistema de saude de merd@. Vai levar 100 anos para corrigir isso. Moro ja!!