Bolsonaro nunca reclamou de investigação sobre Adélio, afirma chefe da PF em Minas
O superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais, Cairo Costa Duarte, afirmou nesta quarta-feira, 20, que Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro nunca o cobraram pelo repasse de informações sobre a investigação do caso Adélio Bispo de Oliveira (foto). O delegado prestou depoimento no âmbito do processo que investiga...
O superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais, Cairo Costa Duarte, afirmou nesta quarta-feira, 20, que Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro nunca o cobraram pelo repasse de informações sobre a investigação do caso Adélio Bispo de Oliveira (foto). O delegado prestou depoimento no âmbito do processo que investiga a interferência política do presidente na corporação.
Duarte ainda citou duas oportunidades em que as apurações foram expostas a Bolsonaro e declarou que o presidente não manifestou "qualquer insatisfação em relação ao aprofundamento da investigação".
O depoimento de Duarte contradiz a versão de Bolsonaro sobre seus desentendimentos com Moro. Logo após a saída do ex-ministro, o presidente disse que suas reclamações em relação à PF envolviam a investigação sobre a facada. O chefe do Planalto insinuou que, na gestão do ex-juiz, o inquérito não avançou.
Além disso, o delegado assegurou jamais ter recebido recomendações específicas sobre o "caso Adélio". O superintendente da PF em Minas, relatou ter ouvido do delegado Rodrigo Morais -- responsável pela investigação --, que, "na condição de vítima do crime ali investigado, o presidente da República tinha advogado constituído nos autos que acompanhava e possivelmente lhe informava do andamento das apurações".
Adélio foi absolvido pela facada na Justiça Federal de Minas por ser inimputável. Ou seja, ficou atestada sua insanidade, o que o impede de ser responsabilizado. Ele é mantido preso. Um segundo inquérito, para investigar supostos mandantes, foi concluído na semana passada. Conforme antecipou Crusoé, o delegado Rodrigo Morais entendeu que ele agiu sozinho.
Um último elemento de investigação que não pôde ser analisado é o celular do advogado de Adélio, que chegou a ser apreendido nas investigações. No entanto, por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, a diligência sobre o aparelho foi suspensa. Os investigadores aguardam uma decisão do Supremo Tribunal Federal a respeito da possibilidade de vasculhar o aparelho em busca de respostas sobre um suposto financiador da defesa dele.
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