Barbalho rebate “discurso preconceituoso” do chanceler alemão
"Um discurso preconceituoso do chanceler Merz revela mais sobre quem fala do que sobre quem é falado", diz governador do Pará
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB, foto), respondeu aos comentários do chanceler alemão, Friedrich Merz, que celebrou publicamente o fato de ter voltado para a Alemanha depois de participar da COP30, em Belém.
"O Pará abriu as portas e mostrou a força de um povo acolhedor. Curioso ver quem ajudou a aquecer o planeta estranhar o calor da Amazônia", cutucou o governador, engrossando o coro do prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), que publicou um vídeo para protestar contra os comentários do líder estrangeiro.
"Um discurso preconceituoso do chanceler Merz revela mais sobre quem fala do que sobre quem é falado. O futuro pede menos promessas e mais apoio concreto para quem protege as florestas. Aproveito para fazer outra pergunta: quem aqui tem orgulho do Pará e do Brasil? Que levante a mão e comente contra toda forma de preconceito", finalizou Barbalho em mensagem publicada em suas redes sociais.
Sem novidades
Os limites estruturais e logísticos de Belém já eram conhecidos e esperados desde que Lula anunciou que a capital paraense sediaria a COP30. A maior ironia do evento, entre tantas outras, é que a grande maioria das obras para a conferência do clima saiu do papel sem o licenciamento ambiental exigido.
Os preços para hospedagem na capital paraense se tornaram impraticáveis meses antes do evento, e o presidente da República teve de apelar para um iate de três andares para frequentar a COP30 sem disputar espaços com outras autoridades.
Isso sem falar nos péssimos índices sociais não apenas de Belém, mas de todo o Brasil. Em capitais maiores e mais desenvolvidas, como São Paulo e Rio de Janeiro, os líderes estrangeiros que vêm ao país têm menos contato com zonas periféricas.
Lula fez uma aposta marqueteira ao trazer para a "floresta" a cúpula do clima, mas a sacada acabou saindo pela culatra. Os possíveis frutos da propaganda feita em nome do fundo para florestas acabou virando dor de cabeça pelos percalços enfrentados pelos frequentadores do evento, que incomodam ao dizer que se sentiram aliviados por ter ido embora.
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