Associação denuncia aumento da repressão contra jornalistas na Venezuela
Ativistas e profissionais da comunicação seguem sendo perseguidos pelos agentes da ditadura chavista
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) denunciou o aumento da repressão contra jornalistas e ativistas em toda a América, especialmente na Venezuela pelos agentes do regime chavista.
"Escalada repressiva que procura silenciar vozes críticas e restringir o direito à informação na Venezuela", diz a associação.
Foi a SIP quem denunciou o desaparecimento do diretor-executivo da ONG Espacio Público, Carlos Correa, em 7 de janeiro.
O ativista foi sequestrado por indivíduos encapuzados no centro de Caracas. Até hoje, não há informações sobre Correa.
Vários grupos de jornalistas aderiram à reivindicação da SIP pelo aparecimento do ativista.
De acordo com o Colégio Nacional de Jornalistas (CNP) de Zulia, três jornalistas foram presos durante os protestos contra a posse ilegítima de Maduro.
Eles foram acusados de terrorismo, incitação ao ódio, associação criminosa e perturbação da ordem pública.
O CNP afirma que a detenção ilegal "viola flagrantemente a liberdade de imprensa", em meio à perseguição contra os opositores e manifestantes.
Censura
No regime venezuelano, todos os veículos críticos foram fechados ou comprados pelo regime.
Nos últimos dez anos, mais de 14 canais ou programas foram censurados.
O colapso econômico e o controle social impossibilitam a impressão de livros independentes, a produção de filmes ou a execução de peças teatrais.
No ano passado, o canal alemão Deutsche Welle (DW) foi interrompido pela Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel), após a veiculação de uma reportagem sobre a corrupção na Venezuela.
Maduro chamou o DW de "nazista".
A SIP afirmou ainda que o aplicativo TikTok segue bloqueado no país desde o início do ano.
O controle sobre as redes sociais impedem o acesso a informações independentes.
Presos políticos
Segundo a ONG Foro Penal, existem 1.697 presos políticos, sendo 1.495 homens e 202 mulheres, desde 2 de janeiro.
No balanço, a organização destaca que são 1.552 pessoas presas sem condenação, 145 condenados, 112 ainda sem julgamento e 15 sem status.
Além disso, a ONG aponta que o paradeiro de 38 indivíduos ainda é desconhecido.
Ainda há mais de nove mil pessoas sujeitas a medidas restritivas de liberdade em todo o território venezuelano.
Desde 2014, o regime chavista prendeu mais de 18 mil venezuelanos.
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