Marcelo Camargo/Agência Brasil

Arroz estatal de Lula é de causar inveja a Maduro

28.05.24 11:07

O governo Lula vai importar 1 milhão de toneladas de arroz após as enchentes no Rio Grande do Sul.

O produto estrangeiro será distribuído diretamente em supermercados com preço tabelado e o rótulo com os dizeres “arroz adquirido pelo governo federal“.

Produtores de arroz brasileiros reclamaram, pois o produto nacional (que já teve 85% da safra colhida) vai concorrer com o importado, com preço subsidiado.

O modelo é idêntico ao venezuelano, aplicado por Hugo Chávez e por Nicolás Maduro. O resultado por lá é bem conhecido: a destruição total dos produtores privados.

 

Leia em O Antagonista: O arroz estatal de Lula

 

Estratégia fracassada

Na Venezuela, ao mesmo tempo em que interferiam no setor privado, nacionalizando empresas e congelando preços, os chavistas elevaram as importações de produtos de outros países, principalmente do Brasil, dos Estados Unidos e da Colômbia.

Nessa época, o Brasil de Lula se prontificou para ajudar os ditadores venezuelanos, o que beneficiou os exportadores brasileiros e trouxe muitos lucros.

Os produtos importados eram distribuídos a preços subsidiados em supermercados populares, do governo. A rede mais conhecida se chamava Mercal. Mas havia também a Pdval (com dinheiro da petroleira PDVSA), Supermercado Bicentenario e Abastos Venezuela.

Há dez anos, quando o dinheiro do petróleo começou a escassear por causa do sucateamento da produção, a Venezuela perdeu a capacidade de importar alimentos. Sem poder contar com a produção nacional, a população passou a passar fome. Sete milhões de venezuelanos deixaram o país, de uma população de 30 milhões.

A falência das empresas privadas ainda teve um resultado político, pois enfraqueceu a elite nacional e ajudou Chávez e Maduro na concentração de poder.

 

Conab: PT e MST

A coroação da estratégia lulista é o uso político da Companhia Nacional de Abastecimento, Conab.

A Conab sempre foi dominada por petistas e por membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, o MST.

No passado, comprava alimentos de produtores do MST para as merendas escolares. Era um cliente fiel do MST.

O governo de Jair Bolsonaro cortou essa relação, mas Lula a retomou.

O presidente da Conab é o petista Edegar Pretto, do Rio Grande do Sul. Seu nome foi escolhido por Lula no ano passado, depois que Pretto foi derrotado na eleição para o governo do Rio Grande do Sul. Não conseguiu nem ir para o segundo turno. É uma pessoa que tem familiaridade com o MST, tanto que seu pai, Adão, foi um dos fundadores do movimento.

Quando Edegar Pretto foi escolhido para comandar a Conab, a Aprosoja do Mato Grosso divulgou uma declaração dizendo que “a aproximação aos movimentos de invasão de terra que preocupa muito o setor produtivo, porque a essência da produção é a propriedade privada“.

Ao colocar a Conab para fazer a distribuição do arroz subsidiado, Lula imita a estratégia desastrosa usada na Venezuela.

Os produtores privados nacionais têm toda razão para se preocupar.

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  1. O brasileiro analfabeto e burro, logicamente eleitores do PT, estão botando o Brasil nos trilhos do atraso novamente. Tudo que foi consertado pela direita, essa turma maldita, está colocando a perder. Continuem fazenduele seus petistas sem noção….🐎🐎🐎🤡🤡🤡🤡

  2. Isenção de impostos do arroz local seria uma solução imparavelmwnte melhor e daria uma sobreviva aos heróis produtores de arroz do Brasil. Ou seja: 2 anos tem lucro, 3 anos empatam, 1 ou anos perdem, são resiliência. Não produtor, mas trabalhei 25 anos no BB E CONHEÇO. NAO EXITE PRODUTOR DE ARROZ RICO, ALGUNS ARREMEDIADOS; OS DEMAIS, FERRADOS. AGORA, ENTAO. QUEBRA.

  3. Lula, como sempre, repetindo ações quem não deram certo no passado. O que aconteceu na Venezuela não serve para mostrar que a intervenção no mercado não dá certo. Sua ojeriza ao agronegócio é muito grande e ele não se preocupa com o que vai acontecer no futuro, o desestímulo ao produtor e falência de muitos plantadores de arroz.

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