Argentina: eleição acirrada a 9 dias, dizem pesquisas certeiras no 1º turno
Os três principais institutos de pesquisa eleitoral que previram a liderança do ministro da Economia, o peronista Sergio Massa, no primeiro turno da eleição presidencial na Argentina já publicaram, cada um, dois levantamentos sobre o segundo turno. A nove dias da votação, os levantamentos dos três institutos de pesquisa (AtlasIntel, CB Consultora e Proyección Consultores)...
Os três principais institutos de pesquisa eleitoral que previram a liderança do ministro da Economia, o peronista Sergio Massa, no primeiro turno da eleição presidencial na Argentina já publicaram, cada um, dois levantamentos sobre o segundo turno.
A nove dias da votação, os levantamentos dos três institutos de pesquisa (AtlasIntel, CB Consultora e Proyección Consultores) para o segundo turno apontam uma disputa acirrada.
Outro ponto importante são os pisos e tetos eleitorais de cada candidato. Em outras palavras, são a quantidade de votos garantidos, eleitores convictos, e o máximo de votos alcançáveis, que é o total menos os votos de quem declara jamais votar em determinado candidato.
Massa e Milei têm pisos próximos, mas o do peronista é um pouco maior. Em compensação, o libertário tem um teto mais alto e, portanto, pode alcançar mais votos dos indecisos ou de eleitores não-convictos de seu adversário.
Esse cenário indica uma tendência: uma maior taxa de participação tende a favorecer Milei, enquanto que uma menor favorece Massa.
Assim, o segundo turno apresenta um cenário invertido ao do primeiro.
Entre as primárias, em agosto, e o primeiro turno, em 22 de outubro, houve um aumento recorde de 7 pontos percentuais na participação.
De fato, as primárias deste ano tiveram uma taxa de participação mínima na série histórica. Alguns dos distritos eleitorais com maior abstenção foram importantes bastiões peronistas, em especial a cidade de La Matanza, na região metropolitana de Buenos Aires.
A campanha de Massa e o aparato peronista trabalharam melhor o voto no primeiro turno e, assim, aumentaram a participação nesses lugares e, assim, obtiveram 3 milhões de votos a mais, o que garantiu a virada sobre Milei.
Agora, não há mais tantas abstenções em bastiões peronistas.
Estima-se que Massa precise de mais uns 2,5 milhões de votos para ter uma vitória garantida em 19 de novembro. É uma tarefa, no mínimo, tão difícil quanto a do primeiro turno, mas não é impossível.
Milei, por sua vez, tem agora o aparato do partido de Macri, o Proposta Republicana (PRO), ao seu lado, além de contar provavelmente com a maioria dos votos de Bullrich.
O libertário também tem a possibilidade de consolidar os bastiões antikirchneristas do país que ficaram divididos entre as oposições no primeiro turno. São, em especial, a província de Córdoba e a cidade de Buenos Aires.
AtlasIntel
O instituto de pesquisa brasileiro realizou e publicou a sua primeira pesquisa do segundo turno na primeira semana de novembro e a segunda, nesta semana, tendo sido divulgada hoje, sexta-feira, 10 de novembro.
O cenário permanece estável, sem movimentação acima da margem de erro, que é de 1 ponto percentual.
Milei tem 48,6% das intenções de voto, contra 44,6% de Massa. Indecisos são 2,3%. Brancos e nulos são pouco menos de 4,5%.
Em votos válidos, ou seja, excluídos indecisos, brancos e nulos, o libertário tem 52,1% e o peronista, 47,9%. Considerando a margem de erro de 1 ponto percentual, os dois quase estão em empate técnico.
Assim como em sua primeira pesquisa do segundo turno, a AtlasIntel perguntou aos seus entrevistados a confiança que eles têm em cada um dos dois candidatos sobre a capacidade para lidar com nove problemas diferentes.
Esses incluem controle da inflação, redução da pobreza e combate à corrupção, dentre outros.
Mal houve mudanças acima da margem de erro. Milei continua a ser visto com mais confiança pelos eleitores em quase todos os nove temas, exceto defesa das instituições democráticas e defesa dos direitos humanos.
O libertário tem dez pontos de vantagem de confiança do eleitorado sobre o controle da inflação e seis pontos sobre o desenvolvimento da economia e a geração de empregos.
A diferença é ainda maior em temas de segurança pública e de combate à corrupção, respectivamente, 13 e 19 pontos.
Foram entrevistas 8.971 pessoas online em todo o país entre o domingo, 5 de novembro, e esta quinta, 9. A margem de erro é de 1 ponto percentual.
CB Consultora
O instituto argentino realizou sua primeira pesquisa do segundo turno nos dois dias que sucederam a votação do primeiro turno, no final de outubro. O estudo mais recente, divulgado recentemente, foi realizado entre 2 e 4 de novembro.
Entre esses dois levantamentos, Milei cresceu um pouco mais do que Massa, cinco pontos contra três.
O libertário tem agora 46,3% das intenções de votos, contra 43,1% do peronista. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais, os dois estão em empate técnico.
Houve importante redução em brancos ou abstenções, assim como em indecisos. Esses índices caíram de 10,4% para 4,9% e de 7,5% para 4,9%, respectivamente.
Em votos válidos, ou seja, excluídos indecisos, brancos e nulos, o libertário tem 51,8% e o peronista, 48,2%.
Não houve evolução acima da margem de erro na convicção dos eleitores sobre participar da votação. Hoje, pouco mais de 70% afirmaram que irão votar em 19 de novembro. Outros 11% disseram ser "muito provável". E 5% falam que não irão votar ou que é "pouco provável".
Sobre pisos e tetos eleitorais, o teto de Milei subiu em quase cinco pontos, movida pela redução do eleitorado que afirmava jamais votar no libertário, a queda foi de 43,8% a 38,5%.
Assim, segundo a última pesquisa da CB Consultora, Milei tem um teto de 50,1% dos votos. O máximo que Massa pode chegar é 45,3%.
Os dois candidatos tem pisos bem próximos, com leve vantagem, dentro da margem de erro, para o peronista: 30,9% dos votos garantidos a Massa, contra 29,5% a Milei.
Foram entrevistas 2.471 pessoas em todo o país entre 2 e 4 de novembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Proyección Consultores
Assim como a CB Consultora, o instituto realizou a primeira pesquisa nos dois primeiros dias após o primeiro turno. A segunda também foi realizada e divulgada nesta segunda semana de novembro.
Apesar de coincidir em datas com o outro instituto argentino, a Proyección registrou uma movimentação de 10 pontos a favor de Milei.
Na primeira pesquisa, Massa liderava com folga. O ministro tinha 44,6% das intenções de votos, enquanto que Milei tinha apenas 34,2%. Brancos e abstenções chegavam a 13% e indecisos, a 8,3%.
O cenário inverteu na segunda pesquisa. É o libertário agora que tem 44,6% das intenções de votos. Massa caiu para 42,9%. Brancos e abstenções tiveram queda de quase sete pontos e, assim, chegaram a cerca de 6%. Indecisos estão em 6,4% agora.
Representante da Proyección, Manu Zunino diz a Crusoé que a principal causa para a virada de 10 pontos de Milei seria a consolidação do voto de Bullrich, após o anúncio de apoio dela ao libertário.
O mesmo movimento não foi registrado nas pesquisas da CB Consultora, que foram realizadas em datas semelhantes à da Proyección.
Ainda segundo a última pesquisa do instituto, Massa tem um piso de 34,4% e um teto de 58%. Os índices de Milei são, respectivamente, 34,7% e 65,7%.
Foram entrevistas 3.879 pessoas online em todo o país entre 1º e 6 de novembro. A margem de erro é de 1,61 pontos percentuais.
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