Após conversa entre Maia e Bolsonaro, Inep anuncia adiamento do Enem
O Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep, anunciaram na tarde desta quarta-feira, 20, o adiamento das provas do Enem de 30 a 60 dias. O prazo exato será decidido pelos próprios inscritos em consulta a ser realizada em junho. O adiamento ocorreu por ordem do...
O Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep, anunciaram na tarde desta quarta-feira, 20, o adiamento das provas do Enem de 30 a 60 dias. O prazo exato será decidido pelos próprios inscritos em consulta a ser realizada em junho.
O adiamento ocorreu por ordem do presidente Jair Bolsonaro, após ele conversar pela manhã, por telefone, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sobre o projeto em tramitação no Congresso que prevê o adiamento do Enem até o fim do ano letivo nas escolas de todo o Brasil.
Logo cedo, Maia ligou para o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Avisou que os líderes do Centrão e da oposição estavam pressionando-o a votar a proposta e que ele não teria outro caminho, senão por a matéria para votar na Câmara já nesta quarta-feira, 20.
Maia disse também a Ramos que o governo sofreria uma grande derrota na votação do projeto na casa. No Senado, a proposta foi aprovada ontem por 75 votos a 1. Pelos cálculos do Centrão, na Câmara a matéria seria aprovada com apoio de mais de 480 dos 513 deputados.
Minutos depois, Ramos, então, pôs Bolsonaro em contato com Maia por telefone. O deputado perguntou ao presidente se o governo não faria nada para evitar a derrota. O chefe do Planalto respondeu que mandaria o ministro da Educação, Abraham Weintraub, adiar a prova.
A primeira resposta veio por volta das 10 horas da manhã, quando o titular do MEC, até então completamente resistente ao adiamento do Enem, defendeu no Twitter que a realização das provas do exame fosse adiada por 30 a 60 dias e que essa decisão fosse tomada pelos estudantes.
A interlocutores, o titular do MEC argumenta que o projeto aprovado pelo Senado abre margem para o Enem ser adiado por tempo indeterminado, ao prever que as provas só sejam realizadas após o término do ano letivo em todo o Brasil, o que ainda não tem data para ocorrer, por causa da pandemia da Covid-19.
Segundo aliados, Weintraub quer que o prazo de adiamento seja definido pelos estudantes, pois avalia que sairá "menos fraco" ao ser "derrotado" por uma decisão dos próprios inscritos no exame, do que se a derrota for patrocinada apenas pelo Congresso.
A consulta aos estudantes sobre o prazo de adiamento do Enem deve ser feita após o fim das inscrições para o exame, que acabam em 22 de maio. Até então, as provas presenciais estavam marcadas para os dias 1º e 8 de novembro, enquanto a versão digital, para 22 e 29 de novembro.
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