Apagão não impacta campanha em SP, indica pesquisa
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) se mantém à frente de Guilherme Boulos (PSOL), com 52,3% das intenções de voto, ante 39,2% do deputado federal, diz Instituto Paraná
O apagão na cidade de São Paulo, que ainda deixa cerca de 100 mil imóveis sem energia elétrica tanto na capital paulista quanto na região metropolitana, não impactou a corrida pela prefeitura de São Paulo.
Segundo pesquisa do Instituto Paraná, divulgada nesta quarta-feira, 16, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) se mantém à frente de Guilherme Boulos (PSOL), com 52,3% das intenções de voto, ante 39,2% do deputado federal.
No levantamento publicado na quinta, 10, o emedebista apareceu com 52,8% das intenções de voto e o psolista com 39%. Enquanto Nunes oscilou 0,5 ponto percentual para baixo, Boulos avançou apenas 0,2 ponto percentual.
Na nova pesquisa, brancos e nulos são 5,2% e indecisos 3,3%.
Pesquisa eleitoral e apagão em SP
O Instituto Paraná realizou o levantamento entre 12 e 15 de outubro, período no qual mais de 2 milhões de imóveis ficaram sem energia em São Paulo e nas cidades próximas.
Segundo informações da Enel, cerca de 100 mil imóveis seguem no escuro.
Na terça-feira, 15, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou, em coletiva de imprensa, a entrega de uma carta ao ministro Augusto Ribeiro Nardes, do TCU, pedindo a intervenção federal no contrato de concessão da Enel.
"A intervenção é fundamental porque a empresa não está fazendo o que cabe porque não quer ter despesa com operações simples, essa é a realidade. Por que a empresa não fez o que deveria? Porque ela não queria gastar dinheiro. Esse vira o papel do interventor, que pode determinar as despesas a serem feitas. Então a sugestão que a gente faz é urgente ou na próxima chuva a gente vai estar aqui passando pelo mesmo problema", afirma Tarcísio, um dos principais aliados de Nunes na campanha.
Apagão foi o tema do debate da Band
O apagão foi o tema principal do primeiro debate entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno. O encontro foi promovido pela Band, na noite de segunda-feira, 14.
Atrás nas pesquisas, Boulos adotou uma postura mais agressiva e coube a ele a função de franco-atirador.
Logo no início, ele cobrou de Nunes uma postura mais proativa em relação à poda de árvores, o que, na visão do deputado federal, poderia atenuar os transtornos aos paulistanos. Nunes, por sua vez, justificou que parte dessa poda é de responsabilidade da distribuidora Enel.
“São dois grandes responsáveis [pela falta de energia]: a Enel, que presta um serviço horroroso e eu, como prefeito de São Paulo, vou trabalhar para tirar ela daqui. E o Ricardo Nunes, porque não fez o básico, a lição de casa: poda de árvore. E olha que a gente teve um apagão há menos de um ano, e nada foi feito. A cidade está refém dessas duas incompetências: da Enel e do prefeito”, disse Boulos.
“Realmente [o apagão] é algo muito triste, que deixa a gente profundamente magoado. É inaceitável o que essa empresa Enel tem feito com São Paulo. É inaceitável que o governo federal, que detém a concessão, que detém a fiscalização, não tenha feito nada. Eu fui até Brasília pedir a rescisão do contrato”, rebateu o prefeito de São Paulo.
Nunes responsabiliza o governo Lula
Em campanha, Nunes tem acusado o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), de ter sido “irresponsável” em relação à Enel, cuja concessão, regulação e fiscalização é de responsabilidade do governo federal.
“Eu já estou pedindo desde o ano passado para cancelar esse contrato com a Enel. Depende do governo federal, do ministro irresponsável de Minas e Energia, que eu fui lá e não fez nada. Depende da Agência Nacional de Energia Elétrica, que é do governo federal, também nada. E o contrato prevê, que tanto o ministro, que poderia ter iniciado a caducidade desse contrato, a gente já teria substituído essa empresa e não estaria tendo esse transtorno todo”, disse o prefeito.
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