ReproduçãoCelso Amorim em reunião "agradável" com Nicolás Maduro: antiamericanismo fora de moda

Amorim agora “se preocupa” com a crise na Venezuela

03.09.24 15:55

O assessor especial da Presidência e ex-chanceler Celso Amorim (foto) chamou de “muito preocupante” o mandado de prisão contra o ex-presidenciável da oposição Edmundo González, expedido na segunda, 2 de setembro.

“Seria uma prisão política, e nós [Brasil] não aceitamos prisões políticas”, disse Amorim em entrevista à agência de notícias Reuters nesta terça, 3.

O assessor especial omite a existência de presos políticos na Venezuela.

Segundo a ONG venezuelana Foro Penal, havia 245 prisioneiros políticos em centros de detenção pelo país em 2023. Em um deles, El Helicoide, em Caracas, os presos são submetidos a “tortura horrenda, incluindo choques elétricos, afogamento simulado e violência sexual“.

Mais uma chance ao ditador

Amorim, que chefia o Itamaraty paralelo do governo Lula de acordo com seus interesses, e não os do Brasil, repetiu, em 15 de agosto, tudo o que já tinha dito sobre a crise política da Venezuela, agravada pela farsa política montada pelo ditador Nicolás Maduro (foto) em 28 de julho.

Em audiência na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, o ex-chanceler afirmou que a proposta de uma nova eleição na Venezuela, em uma “espécie de segundo turno” entre Maduro e o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, é apenas uma “ideia”, como a proposta de garantias recíprocas defendida pelo presidente colombiano Gustavo Petro.

“Não tem nada que o Brasil, enquanto Brasil, esteja defendendo. Nós estamos promovendo o diálogo e vendo se do diálogo nasce alguma ideia. Às vezes é preciso pensar fora do quadrado, é o jeito, para ver o que acontece.”

A banalização do golpe de Estado na Venezuela

Em outro momento da audiência, Amorim minimizou a crise política da Venezuela, relembrando uma visita que fez ao país no início dos anos 1990.

“Eu não quero entrar no mérito de quem tem mais culpa ou menos culpa. Eu visitei a Venezuela pela primeira vez no governo Itamar Franco. Na minha condição de ministro. Já tinha visitado por outras razões. O embaixador, saudoso Clodoaldo Hugueney [que representou o Brasil em Caracas de 1993 a 1999], organizou um almoço de empresários. Em determinado momento do almoço, os empresários pararam de falar comigo e passaram a falar uns com os outros sobre a possibilidade de golpe, e o governo era o [Rafael Caldera].

O dilema que a gente tem hoje é que você tem, de um lado, o candidato, que é o presidente, que diz que ganhou, mas não mostra as atas. E do outro lado, o grupo da oposição que tem as atas. Como é que nós poderíamos no futuro, se isso é um bom precedente, reconhecer o presidente pelos documentos de que dispõe a oposição?

Eu acho que o diálogo deve ser incentivado. Esse é o papel de países como México, Colômbia e Brasil.”

A declaração de Amorim, que sugere que golpes de Estado são comuns na Venezuela, contraria outra dada às vésperas da farsa eleitoral de Maduro, na qual afirmou que a eleição de 28 de julho seria uma oportunidade para demonstrar que a democracia está consolidada e que não há razão para sanções”.

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  1. Amorim continua achando que está tudo bem na Venezuela. Não dá para haver dialogo com Maduro, ele não quer largar o poder e tudo fará para conseguir seu objetivo. O único acordo seria a entrega do poder aos legítimos vencedores da eleição, simples assim!

  2. No Brasil não aceitamos prisões políticas nem ditadores assassinos sanguinários, narcotraficante e ladrão. Até tivemos um presidente ladrão preso!

  3. Preocupante é termos um comuna fanático como este representando o país em alguma coisa ... quanta hipocrisia ou seria cinismo ???

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