Alto representante da União Europeia acusa Rússia de propagar fake news para vender sua vacina

O alto representante da União Europeia, Josep Borrell, criticou a propagação de desinformação sobre as vacinas contra Covid-19 desenvolvidas por empresas ocidentais por parte de veículos de comunicação controlados pelo governo da Rússia. Em um artigo publicado em seu blog, o chefe da diplomacia do bloco europeu acusa também a China de tentar desestabilizar sistemas democráticos por meio de fake news.

"Os desenvolvedores de vacinas ocidentais são abertamente ridicularizados na mídia russa controlada pelo estado, o que, em alguns casos, levou a alegações absurdas de que as vacinas transformarão as pessoas em macacos. Essas narrativas aparentemente são dirigidas a países onde a Rússia quer vender sua própria vacina, a Sputnik V", acusou Borrell. "Na atual pandemia, qualquer tentativa de instigar essas dúvidas infundadas ameaça a saúde pública. Organizações terroristas, como o Estado Islâmico, também usaram a confusão na situação do coronavírus para espalhar sua própria propaganda", acrescentou o político espanhol.

A vacina russa produzida pelo laboratório Gamaleya vem sendo aplicada em massa na Rússia desde o início de dezembro. Nesta terça-feira, a Argentina dará início à imunização de sua população com o produto russo. Ainda na América do Sul, a Venezuela de Nicolás Maduro também pretende adquirir doses da Sputnik V para vacinação em larga escala.