Alemanha: esquerda barra avanço da AfD mas com ressalva
Vitoriosa em Turíngia e segunda colocada na Saxônia, a sigla era favorita nas pesquisas em Brandemburgo; todos estados do leste da Alemanha
A legenda de esquerda do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz (foto), venceu as eleições estaduais em Brandemburgo, no leste da Alemanha.
O Partido Social-Democrata (SPD), que governa o estado desde a reunificação, liderou a disputa com 31% dos votos, ante 29% da sigla de direita radical Alternativa para a Alemanha (AfD).
O resultado, embora apertado, conteve o avanço da AfD no leste alemão. Vitoriosa na eleição de Turíngia e segunda colocada na Saxônia, a sigla era favorita nas pesquisas.
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Para formar um governo em Brandemburgo, o SPD ainda precisa formar uma coalizão. O parceiro mais cotado é uma nova sigla de esquerda radical Aliança Razão e Justiça (BSW), que saiu em terceiro na eleição com 13% dos votos.
O BSW é notório por ser contrário à parceria militar com os Estados Unidos e defender negociações de paz com a Rússia em detrimento de suprir a Ucrânia.
Quão radical é a AfD?
O crescimento da AfD chama a atenção, apesar de sutil comparado ao avanço de outras direitas populistas na Europa, como a italiana ou a holandesa, que venceram eleições nacionais. O motivo está nas associações do partido ao nazismo.
Björn Höcke, líder da AfD em Turíngia, foi multado em maio por proferir o slogan “Tudo pela Alemanha”, usado pelos nazistas e hoje proibido no país. Naquele mesmo mês, uma outra liderança do partido, Maximilian Krah, opinou que “nem todos” os integrantes de grupos paramilitares do nazismo teriam sido “criminosos”. A declaração levou à expulsão da AfD do bloco liderado pelo partido francês Rassemblement National, de Marine Le Pen, na União Europeia. Desde então, a sigla alemã, que mantém Krah em seus quadros, é vista como párea na direita europeia, que tenta se moderar.
Menos de seis meses antes da declaração de Krah, um site investigativo alemão revelou que membros da AfD haviam se reunido com grupos neonazistas da Alemanha e da Áustria em novembro de 2023. Na pauta, estavam planos para a deportação de até dois milhões de imigrantes, incluindo alemães naturalizados. A AfD reconheceu a presença de membros na reunião, mas negou que o projeto integre a plataforma do partido.
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