Além do Dnocs, deputado do Centrão é padrinho de suspeito de desvio em obra
O deputado federal Sebastião Oliveira (foto), do PL, alvo de busca e apreensão nesta sexta-feira, 8, na Operação Outline, é investigado por receber supostas "vantagens pessoais" por ter sido "condescendente" com desvios de 4,2 milhões de reais em obras de 190 milhões de reais na rodovia BR 101, em Pernambuco. A investigação mira a atuação...
O deputado federal Sebastião Oliveira (foto), do PL, alvo de busca e apreensão nesta sexta-feira, 8, na Operação Outline, é investigado por receber supostas "vantagens pessoais" por ter sido "condescendente" com desvios de 4,2 milhões de reais em obras de 190 milhões de reais na rodovia BR 101, em Pernambuco. A investigação mira a atuação do parlamentar à época em que ocupou a Secretaria de Transportes de Pernambuco.
Na Outline, o motivo da suspeita sobre o deputado está na indicação de Silvano José Queiroga, preso na ação da PF de hoje e principal alvo da investigação, para um cargo no Departamento de Estradas de Rodagens de Pernambuco, o DER-PE. Sebastião também é padrinho político do novo diretor do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Fernando Araújo Marcondes Leão. A indicação foi aceita após acordo do presidente Jair Bolsonaro com o Centrão.
Segundo a procuradora Silvia Regina Pontes Lopes, Queiroga foi "gestor do contrato pelo DER/PE, e atestou os serviços da obra sem que houvesse comprovação de atendimento aos requisitos técnicos do projeto de engenharia".
Somados, os rendimentos de Queiroga e de sua mulher, Priscilla, chegam a 12 mil reais mensais. O MPF aponta, entretanto, que somente em um mês, o casal somou despesas no valor de 12,4 mil reais com cartão de crédito. Os investigadores também elencam gastos incompatíveis com a renda do agente público. Entre eles, a compra de uma bolsa Dolce & Gabana, por 4,2 mil reais, travesseiro de pena de ganso no valor de 1,4 mil e um veículo Chevrolet Trailblazer, de 211 mil reais.
De acordo com a Procuradoria, Queiroga possuiu, entre 2016 e 2018, uma lancha, mas, até 2019, continua usando as marinas pernambucanas. "É provável que o investigado tenha continuado na posse do bem ou que tenha outros da mesma natureza".
No celular de Queiroga, os investigadores identificaram uma conversa com Sebastião Oliveira em que tratam de uma lancha e um jet ski que seriam usados pelo parlamentar. O MPF ressalta que não há, na declaração de bens do deputado, registro de embarcações.
"Logo, não pode ser descartado que as embarcações tenham sido adquiridas por Sebastião e registradas em nome de seu amigo Silvano Queiroga ou de outros indivíduos ou empresas", diz a decisão que autorizou a busca contra o deputado.
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