AIEA alerta sobre risco de catástrofe nuclear na Ucrânia
"A infraestrutura energética da Ucrânia é extremamente frágil e vulnerável, representando um grande risco para a segurança nuclear", declarou Rafael Grossi, diretor da IAEA, em comunicado divulgado na quinta-feira, 28
Na Ucrânia, a população enfrenta um cenário de escuridão generalizada. Na manhã da quinta-feira, 28 de novembro, a Rússia desencadeou um dos mais intensos ataques desde o início do conflito, utilizando cerca de 90 mísseis e quase 100 drones. O alvo principal foi a já debilitada infraestrutura energética ucraniana.
Como consequência, as três usinas nucleares operacionais do país reduziram sua produção. Isso ocorreu porque os ataques russos focaram principalmente em subestações elétricas, responsáveis não apenas pela distribuição de energia das usinas para o restante do país, mas também pelo fornecimento necessário para a refrigeração dos reatores e do combustível nuclear utilizado.
Desgastar a população civil
O jornal "New York Times" aponta para uma mudança tática na estratégia russa. Desde o primeiro inverno de guerra, há dois anos, a infraestrutura energética ucraniana tem sido alvo constante da Rússia.
Com ataques direcionados a plantas de energia elétrica e termelétricas, o objetivo parecia ser desgastar a população civil.
A resiliência do sistema elétrico deve-se em parte ao fato de que dois terços da eletricidade ucraniana são gerados por usinas nucleares, que até então foram amplamente poupadas de bombardeios aéreos.
Contudo, desde o final de agosto, há um aumento nos ataques russos a subestações, conforme relatado pela Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA).
Risco crescente
O ataque mais recente foi o terceiro em poucos meses, intensificando as preocupações dos especialistas da IAEA sobre o risco crescente de uma catástrofe nuclear:
"A infraestrutura energética da Ucrânia é extremamente frágil e vulnerável, representando um grande risco para a segurança nuclear", declarou Rafael Grossi, diretor da IAEA, em comunicado divulgado na quinta-feira, 28.
Especialistas das Nações Unidas alertaram na segunda-feira que "danos adicionais ao sistema elétrico ucraniano poderiam resultar em apagões que aumentariam o risco de perda de acesso dos reatores nucleares à rede elétrica necessária para operar seus sistemas de segurança". Tal evento poderia culminar em uma grave catástrofe nuclear.
O Greenpeace expressou preocupações semelhantes em nota ao "New York Times": "A falha na refrigeração de um ou mais reatores inevitavelmente levaria a uma fusão nuclear e à liberação maciça de radiação."
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky já alertou na Assembleia Geral das Nações Unidas sobre os potenciais ataques russos catastróficos às usinas nucleares ucranianas.
No outono, especialistas da agência visitaram sete subestações para documentar os danos. Conclusão: a capacidade da rede em garantir uma "fornecimento externo confiável" para as usinas nucleares está "significativamente comprometida".
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