Afilhado de Ciro, 'homem do dinheiro' do MEC tem filho com cargo no Senado
Marcelo Henrique Ponte, filho do indicado de Ciro Nogueira para a presidência do bilionário Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o FNDE, ocupa desde março do ano passado um cargo no gabinete da liderança do Progressistas, o antigo PP, no Senado. Um dos chefões da legenda é o próprio ministro da Casa Civil, que empregou...
Marcelo Henrique Ponte, filho do indicado de Ciro Nogueira para a presidência do bilionário Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o FNDE, ocupa desde março do ano passado um cargo no gabinete da liderança do Progressistas, o antigo PP, no Senado. Um dos chefões da legenda é o próprio ministro da Casa Civil, que empregou Marcelo Lopes da Ponte (foto), pai de Marcelo Henrique, como seu chefe de gabinete até novembro de 2019, quando ele foi alçado ao comando do FNDE.
Marcelo Henrique, de 21 anos, ocupa o cargo comissionado de auxiliar parlamentar intermediário, com salário de 6,7 mil reais. Não é a primeira vez que ele é nomeado no Senado, nem na liderança do partido de Ciro Nogueira. A diferença é que, na outra ocasião, Marcelo Henrique tinha um salário maior, de 9,2 mil reais, por ocupar o posto de auxiliar sênior, e ficou lotado no gabinete por apenas um mês, entre dezembro e janeiro de 2020, quando deixou o cargo para que seu próprio pai assumisse. Outro detalhe curioso: quando foi nomeado para a vaga há três anos, ele tinha acabado de completar 19 anos.
O arranjo para ceder o posto ao pai não previa que Marcelo Henrique ficasse sem emprego por muito tempo. Seis meses depois, o filho do apadrinhado de Ciro Nogueira voltou a assumir um posto no Senado, o "Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil", que inclui o Progressistas e o MDB. Lá, ele já ocupava formalmente o mesmo cargo exercido hoje, com os mesmos 6,7 mil reais de salário.
Marcelo Henrique acumula o emprego no Senado com a vida de universitário. Ele faz dois cursos de graduação, Direito e Administração, em faculdades de Brasília.
O pai do estudante aparece no escândalo mais recente que envolve o Ministério da Educação, o MEC. Como responsável por controlar o polpudo caixa do FNDE -- para este ano, o orçamento é de 64 bilhões de reais --, ele se reuniu por diversas vezes com os pastores que passaram a ser investigados pela Procuradoria-Geral da República por facilitar a liberação de verbas da pasta a prefeituras de todo o país.
O esquema está na mira da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. O colegiado ouvirá nesta terça-feira, 5, prefeitos que já admitiram ter recebido pedidos de propina dos religiosos em troca da intermediação de negociações com o MEC.
Entre eles, o prefeito Gilberto Braga, de Luís Domingues, uma cidade de 7 mil habitantes encravada no norte do Maranhão, perto da divisa com o Pará. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele disse que o pastor Arilton Moura pediu 15 mil reais para dar entrada em um pedido da prefeitura no MEC e, depois, um quilo de ouro para garantir a liberação de 10 milhões de reais.
"Ele (Arilton Moura) disse: 'Traz um quilo de ouro para mim'. Eu fiquei calado. Não disse nem que sim nem que não", afirmou Braga, que afirmou ter recusado a proposta. Segundo ele, a conversa ocorreu em abril de 2021, durante um almoço em Brasília, logo após uma reunião no MEC com o então ministro da Educação, Milton Ribeiro. O quilo do ouro, estimado em 300 mil reais, representava 3% do valor a ser liberado.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (5)
Amaury G Feitosa
2022-04-05 10:43:06Aquadrilgar as cortes de justiça e universidades e o Estado brasileiro aí o ladrao pôde fazer à vontade claro ... estou mentindo?
MARIA IZABEL COSTA CAMPOS
2022-04-05 08:58:08Será que o Busão da Educação começa por aqui com super faturamento de veículos escolares?
Sebastião Lopes Junior
2022-04-05 08:46:12TUDO VAI DAR EM NADA
MARCOS
2022-04-05 07:59:33TENHO VERGONHA DE FALAR QUE VOTEI EM BOLSONARO. ME DESCULPEM PELO MEU VOTO ERRADO.
Max
2022-04-05 07:55:55Ohhh! Quanto moralismo exacerbado contra políticos oligarcas de “cara limpa” como este piauense Ciro Nogueira e seus protegidos. O BR está num mar de esquemas de suspeitas de corrupção e favorecimentos ilícitos “ como nunca na história deste país”. Isso tudo porque, com o Jair na presidência, a verdade sempre está dita e “ o BR está acima de tudo e Deus acima de todos”. Slogan de políticos existem para esconder a verdade é enganar os contribuintes. Taoquei?