Acordo entre EUA e México mira combate a cartéis e ao tráfico de fentanil
Marco Rubio e Claudia Sheinbaum anunciam cooperação para conter avanço do narcotráfico e imigração ilegal

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, e a presidente do México, Claudia Sheinbaum, firmaram um acordo de cooperação bilateral voltado ao combate aos cartéis, ao tráfico de fentanil e à imigração ilegal.
Os termos foram acertados em reunião entre Rubio e Sheinbaum na Cidade do México, realizada nesta quarta, 3.
"O secretário Rubio agradeceu a presidente Sheinbaum pela parceria do México para proteger nossa fronteira compartilhada, ajudando o governo Trump a atingir um nível historicamente baixo de encontros com imigrantes ilegais na fronteira.
A presidente e o secretário concordaram em manter nossa sólida cooperação em segurança e intensificar a colaboração futura. O secretário também agradeceu por colaborar para gerir nossos recursos hídricos compartilhados de forma mais eficaz e expressou otimismo em relação a novos progressos. Durante a reunião, o secretário enfatizou a importância de resolver barreiras comerciais e não comerciais para promover a prosperidade de ambas as nações", diz trecho da nota do Departamento de Estados dos EUA.
Uso da força
Após a reunião, Rubio comentou sobre o ataque americano a uma embarcação da gangue venezuelana Trem de Aragua, na terça, 2, que resultou na morte de 11 narcotraficantes.
Ele disse que estratégia de interceptar remessas ilegais "não funciona mais" e sinalizou que Washington recorrerá novamente ao uso da força contra embarcações vinculadas ao narcotráfico.
"Esses cartéis usam rotas marítimas há muitos anos. Temos inteligência, sabemos que eles estão chegando e os interceptamos, mas isso não funciona, porque esses cartéis sabem: 'Bem, vamos perder 2%, vamos perder 1% do que estamos vendendo em drogas'. Isso é parte da perda que eles já têm em sua economia”, afirmou, em coletiva de imprensa com o ministro das Relações do México, Juan Ramón de la Fuente.
Quatro pilares
Sheinbaum afirmou que o acordo com os EUA é pautado em quatro pilares fundamentais: reciprocidade, respeito à soberania e à integridade territorial, responsabilidade e confiança mútua.
"Durante uma reunião cordial com o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, concordamos com o programa de cooperação em segurança de fronteiras e aplicação da lei, após vários meses de trabalho. Ele se baseia em quatro pilares: Reciprocidade; respeito à soberania e à integridade territorial; responsabilidade compartilhada e diferenciada, bem como confiança mútua", escreveu Claudia no X.
Tarifa sobre o México
Em julho, Trump anunciou uma tarifa extra de 3o% sobre o México.
Ele justificou a medida afirmando que os esforços do país vizinho para conter a crise na fronteira ainda não eram suficientes.
“O México tem me ajudado a proteger a fronteira, MAS, o que o México fez não é suficiente”, escreveu Trump a Sheinbaum.
Na mesma carta, ele acusou o país vizinho de não conter os cartéis de drogas.
“O México ainda não parou os cartéis que estão tentando transformar toda a América do Norte em um parque de diversões do narcotráfico. Obviamente, não posso deixar isso acontecer!”
O tema é alvo de embates entre Trump e Sheinbaum desde os primeiros dias do novo governo do republicano.
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