"Abominação": Musk critica Trump e pressiona o Congresso
Até recentemente, Musk parecia dócil em relação ao presidente dos EUA. Mas agora o ex-assessor está atacando – e alertando os legisladores

Recentemente, Elon Musk, o bilionário do setor tecnológico, adotou uma postura de confronto em relação ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após uma fase de aparente harmonia.
Na noite de terça-feira, 3 de junho, (horário local), Musk qualificou a proposta de reforma tributária e de gastos promovida por Trump como uma "abominação" e lançou um aviso direto aos membros do Congresso que apoiarem o projeto: "Em novembro do próximo ano, demitiremos todos os políticos que traírem o povo americano."
As eleições intermediárias nos Estados Unidos estão marcadas para novembro de 2026, quando todos os integrantes da Câmara dos Representantes e cerca de um terço dos senadores buscarão a reeleição.
Para os membros do Congresso, as declarações de Musk não podem ser ignoradas. Em 2022, ele contribuiu com mais de 250 milhões de dólares para a campanha de Trump, solidificando sua influência política.
Com um patrimônio estimado em 400 bilhões de dólares, Musk é o homem mais rico do mundo e possui a capacidade financeira para impulsionar campanhas eleitorais significativas.
Resistência no senado
A crítica de Musk tem o potencial de desestabilizar os esforços de Trump. O plano orçamentário, por ter sido aprovado na Câmara dos Representantes com uma margem estreita em maio, enfrenta resistência no Senado.
Vários senadores republicanos expressam descontentamento com a proposta, especialmente em relação ao aumento do teto da dívida e às propostas de cortes orçamentários.
Trump se esforça para alinhar os senadores céticos ao seu projeto, mas as declarações de Musk complicam essa tarefa.
O empresário interfere diretamente na dinâmica entre a presidência e o Congresso, algo que raramente ocorre. Tradicionalmente, Trump já ameaçou apoiar rivais dentro do partido para aqueles que se afastam da linha partidária.
"O presidente já sabe qual é a opinião de Elon Musk”
Inicialmente, a Casa Branca reagiu à crítica de Musk com indiferença. A porta-voz Karoline Leavitt afirmou: "O presidente já sabe qual é a opinião de Elon Musk sobre essa legislação", reiterando o compromisso de Trump com a proposta. Essa declaração foi feita antes do apelo recente de Musk aos legisladores.
Analisando suas críticas anteriores ao projeto, Musk havia utilizado um tom mais sutil, expressando sua "decepção" pelo fato de que as reduções nos gastos governamentais propostas por ele estavam sendo minadas pela comissão responsável.
Ele também mencionou estar em uma situação complicada ao tentar equilibrar suas opiniões sobre o governo sem criticar abertamente todas as suas decisões.
Contudo, sua nova retórica é claramente mais contundente: "Desculpem-me, mas não consigo mais suportar isso."
Entre as medidas previstas no pacote fiscal está a extensão permanente das reduções tributárias implementadas durante o primeiro mandato de Trump.
Além disso, o presidente busca cumprir sua promessa eleitoral de isentar gorjetas e pagamentos por horas extras da tributação. Para financiar essas iniciativas, cortes em benefícios sociais estão sendo propostos, provocando forte oposição entre os democratas.
"Musk está certo", diz Bernie Sanders
Surpreendentemente, Musk recebeu apoio até mesmo do senador democrata Bernie Sanders, que declarou: "Musk está certo", destacando que os americanos mais ricos receberiam 664 bilhões de dólares em alívios fiscais enquanto 290 bilhões seriam cortados do financiamento alimentar para os necessitados.
Nos últimos meses, relatos indicaram uma diminuição da influência de Musk no círculo próximo a Trump; ele teria perdido disputas internas contra ministros e recentemente viu o nome previamente cotado para liderar a NASA ser retirado por estar alinhado a ele.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)