A posse "do" Ministério da Saúde e "da" SRI
Anúncio com erro de preposição revela a real intenção de Lula e do PT na reforma ministerial

Uma mensasem (foto) que apareceu nesta segunda, 10 de março, é reveladora do que se pode esperar da troca ministerial comandada pelo presidente Lula.
O texto que vem acima do logo do governo Lula anuncia a "posse do Ministério da Saúde e da Secretaria de Relações Institucionais".
Mas quem toma posse é o ministro ou a ministra, e não o Ministério ou a Secretaria.
Uma maneira de consertar a frase seria anunciar a "posse do ministro da Saúde e da secretaria de Relações Institucionais".
O português ficaria correto, mas aí haveria o risco de distorcer a ideia principal.
Isso porque não se pode descartar a possibilidade de que a pessoa responsável pela mensagem que emoldura o ato oficial desta segunda tenha usado o termo "posse" no sentido de que alguém ou um partido vai se apossar do Ministério ou da Secretaria.
Afinal, Alexandre Padilha vai tomar posse do Ministério da Saúde.
E Gleisi Hoffmann vai tomar posse da Secretaria de Relações Institucionais. SRI.
Nísia de fora
Uma das explicações para a troca na saúde é que a ex-ministra Nísia Trindade, estava resistindo aos pedidos sobre o direcionamento de recursos.
Como escreve Ivo Patarra na última edição de Crusoé, o Palácio do Planalto procurou, com a ida de Padilha, "blindar as emendas parlamentares do Ministério da Saúde, com o intuito de garantir a entrega de bilhões de reais em verbas políticas a deputados e senadores".
"Nísia não caiu pelas supostas falhas cometidas à frente do Ministério da Saúde como apregoou o governo, mas por seus méritos: tentou controlar minimamente a liberação das emendas secretas, impondo regras que pudessem impedir fraudes, desvios e roubalheira generalizada", afirmou Patarra.
Campanha eleitoral com Gleisi
A chegada de Gleisi Hoffmann na SRI também tem como objetivo colocar a secretaria para o projeto eleitoral de Lula.
No comando da pasta também conhecida como "Ministério das Emendas", a petista abrirá as torneiras para tentar emplacar a reeleição do presidente em 2026.
Com as trocas de Padilha e Gleisi, Lula e o PT tomarão posse do Ministério da Saúde e da SRI.
Leia em Crusoé: O sequestro do Estado
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