"A morte lenta da leitura e o impacto das redes sociais"
Mia Levitin publica análise sobre como as redes sociais alteraram nossos cérebros e afastaram os livros das mãos dos leitores
Mia Levitin, crítica literária e autora de O Futuro da Sedução, publicou no jornal britânico Financial Times um artigo intitulado “Redes sociais, degradação mental e a lenta morte da leitura”. Nele, a autora aborda a decadência do hábito de ler e o impacto das redes sociais na atenção e no bem-estar intelectual.
No texto, Levitin observa que o trabalho de crítica literária, antes visto como fascinante, agora desperta constrangimento. “Hoje, é mais provável que meu trabalho provoque confissões envergonhadas sobre o quanto as pessoas leem pouco.”
A pesquisa mais recente da organização Reading Agency reflete essa mudança: apenas metade dos adultos britânicos lê regularmente por prazer, enquanto 35% abandonaram o hábito.
Redes sociais
A autora identifica nas redes sociais uma das razões para o declínio. “Elas foram projetadas para sequestrar nossa atenção”, escreve.
A neurocientista Maryanne Wolf, citada no texto, alerta que a leitura é uma habilidade aprendida que pode ser perdida: “Use ou perca, e estamos cada vez mais escolhendo perder”.
Em 2024, o termo “degradação mental” tornou-se comum para descrever os danos causados pelo consumo excessivo de conteúdo superficial, especialmente em plataformas como o TikTok.
Benefícios da leitura
Apesar disso, Levitin reforça que os benefícios da leitura são inegáveis: ela melhora o foco, a empatia e até reduz o estresse. Contudo, os leitores precisam de estímulos para recuperar o hábito. A biblioterapeuta Ella Berthoud sugere estratégias práticas, como ouvir audiolivros ou começar com contos e novelas curtas.
Levitin também discute as dificuldades enfrentadas pelo mercado editorial. Embora gêneros de ficção, como romances e fantasia, prosperem em comunidades digitais, as vendas de livros de não-ficção despencam. Segundo a autora, “os livros não são apenas uma fonte de informação, mas um convite para uma conversa profunda”.
Ao final, Levitin faz um apelo direto: “Por que não trocar o celular ao lado da cama por um livro?” A leitura, segundo ela, pode ser o caminho para recuperar não só a atenção, mas também o prazer de mergulhar em histórias e ideias.
Quem é Mia Levitin
Mia Levitin é crítica literária americana e autora de O Futuro da Sedução. Seus textos, publicados em veículos como Financial Times e The Guardian, exploram o impacto das mudanças tecnológicas na cultura e na literatura. Reconhecida por sua análise crítica e sensível, ela discute questões que vão do consumo de mídia digital à preservação do hábito da leitura.
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Comentários (1)
Carlos Renato Cardoso Da Costa
2025-01-05 05:51:13Livro é minha companhia toda noite antes de deitar. É a melhor altura do dia para embrenhar-me em ficção já que estou relaxado e ainda me ajuda na qualidade do sono.