A ‘ideologia pré-iluminista’ que Weintraub deixa como herança no MEC
Entre os prejuízos que Abraham Weintraub deixou após sua passagem pelo Ministério da Educação, um dos mais danosos, na avaliação de especialistas, foi a criação de um clima de paranoia nas escolas. Assim que assumiu o cargo, ele passou a defender que pais e alunos denunciassem professores. Crusoé pediu ao MEC, por meio da Lei...
Entre os prejuízos que Abraham Weintraub deixou após sua passagem pelo Ministério da Educação, um dos mais danosos, na avaliação de especialistas, foi a criação de um clima de paranoia nas escolas. Assim que assumiu o cargo, ele passou a defender que pais e alunos denunciassem professores.
Crusoé pediu ao MEC, por meio da Lei de Acesso à Informação, o total de denúncias apresentadas à pasta entre 2018 e 2019, por supostos problemas como doutrinação, “ideologia de gênero” ou casos considerados atentatórios contra a religião dos alunos. Segundo o ministério, esse número saltou de 1.074 para 3.336 no período.
Segundo especialistas, não foram os episódios de doutrinação nas escolas que aumentaram, mas o comportamento de Weintraub estimulou uma cultura de confronto e denuncismo no sistema escolar. Para Afonso Celso Danus Galvão, professor doutor da Universidade Católica de Brasília e especialista em educação, o MEC está dominado por uma “ideologia pré-iluminista”. “Há uma crença conspiratória alimentada pela extrema-direita. Isso é medieval”, critica o especialista.
Embalado por defensores do projeto Escola Sem Partido, Weintraub estimulou esse ambiente de perseguição, que, segundo estudiosos, é nocivo ao sistema educacional. “A escola corresponde à diversidade do Brasil. Há uma variedade de professores com diferentes opiniões e posicionamentos, que vão trabalhar dentro dos preceitos constitucionais. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação define que professor tem liberdade dentro da sala de aula”, explica Danus Galvão.
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