A esquerda brasileira que não celebra Maduro
O Partido Socialista Brasileiro (PSB), legenda do vice Geraldo Alckmin, tratou a posse de Maduro como "farsa"
A posição do governo Lula (PT) em relação à ilegítima posse do ditador venezuelano, Nicolás Maduro, foi criticada por setores da esquerda brasileira nesta sexta, 10.
Aliado do petista, o governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB), afirmou que o Brasil não pode se omitir diante das violações promovidas pelo regime chavista:
“Quem defende a democracia tem de abominar a ditadura de Maduro e condenar a opressão do regime. Não podemos fazer condenações seletivas a golpistas. O Brasil não pode se omitir: fora Maduro!", escreveu no X.
Da mesma forma, governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), declarou que a representação da embaixadora do país em Caracas, Glivânia de Oliveira, na solenidade "significa legitimar um processo eleitoral marcado por evidentes violações democráticas".
Até agora, o presidente Lula (PT) não condenou as recorrentes violações de direitos humanos na Venezuela, não disse que houve fraude eleitoral e não reconheceu a vitória do opositor Edmundo González Urrutia.
PSB e Alckmin
A legenda do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), que classificou a posse ilegítima de Maduro como "lamentável", publicou uma nota em repúdio à fraude eleitoral da Venezuela:
"O PSB nasceu do ideal de pessoas que sonhavam com uma sociedade guiada pela Liberdade e pelo Socialismo Democrático, como pilares para o desenvolvimento nacional, redução das desigualdades e maior autonomia social para todos os indivíduos. Por isso, nosso partido é veementemente contrário a qualquer regime que, sob o rótulo de Socialista, fraude eleições e busque sua perpetuação no poder sem o apoio popular, como ocorre com a ditadura de Maduro na Venezuela. Deste modo, reafirmamos as palavras de nosso fundador, João Mangabeira: “Socialismo sem liberdade, socialismo não é. Liberdade sem socialismo, liberdade não pode ser", concluiu o Partido Socialista Brasileiro (PSB).
No Exterior
Na América Latina, presidente do Chile, Gabriel Boric (foto), pediu a liberdade dos venezuelanos em um discurso nesta quinta, 9.
"Eu sou uma pessoa de esquerda e da esquerda política eu digo a vocês, o governo de Nicolás Maduro é uma ditadura e nós temos que fazer todos os esforços internacionais para restaurar a lei, a democracia, todos os esforços para que o povo da Venezuela tenha o direito de direito de decidir seu próprio destino. Essa é a posição do governo chileno que defendemos desde o início e que manteremos. Faço um chamado para a liberdade dos presos políticos que estão sendo perseguidos neste momento na Venezuela“, disse Boric em uma cerimônia de entrega de viaturas policiais em Concepción.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, reconhecido como um líder de esquerda, não foi à posse.
No X, o chefe do governo colombiano destacou que a ausência ocorre em função da prisão de Carlos Correa, classificado por Petro como um “proeminente progressista venezuelano”:
“Tal como o nosso amigo Enrique Márquez, um proeminente progressista venezuelano, Carlos Correa, um proeminente defensor dos direitos humanos na Venezuela, foi preso. Este e outros fatos impedem a minha presença pessoal na cerimónia de posse de Nicolás Maduro”, afirmou o colombiano.
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