À espera de Putin? Polônia investe pesado em defesa
"É impressionante, mas é verdade. Neste momento, 500 milhões de europeus estão implorando a 300 milhões de americanos por proteção contra 140 milhões de russos", ressaltou Donald Tusk.

A Polônia está direcionando recursos significativos para a modernização de suas forças armadas, investindo bilhões em uma ampla gama de armamentos.
Entre os equipamentos adquiridos, destacam-se os tanques Abrams, sistemas de defesa antimísseis Patriot e caças F-35 dos Estados Unidos, além dos tanques K2 Black Panther, obuses K9A1 Thunder e sistemas de foguetes Homar-K da Coreia do Sul.
As recentes mensagens contraditórias emitidas pela administração Trump suscitam preocupações em Varsóvia, que fundamentou sua arquitetura de segurança em laços estreitos com Washington.
Atualmente, cerca de 10.000 soldados americanos estão posicionados na Polônia, um fato que reflete o esforço do país em adquirir sistemas de armas dos EUA, gerando descontentamento entre outras nações europeias.
A situação se torna ainda mais alarmante diante das imagens do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky sendo criticado na Casa Branca e da interrupção do auxílio militar dos EUA à Ucrânia.
As declarações de Donald Trump sobre a possibilidade de não cumprir obrigações da Otan em relação à proteção dos aliados que não atendem a critérios de gastos com defesa são particularmente inquietantes.
Em resposta a esse cenário, Donald Tusk enfatizou a necessidade de uma avaliação precisa das implicações dessas mudanças políticas para os interesses poloneses:
"Estamos testemunhando uma mudança significativa na política dos EUA em relação à Ucrânia, mas não podemos ignorá-la apenas porque não nos agrada. Precisamos ser claros e honestos sobre o que isso significa para nós", declarou Tusk durante uma sessão no parlamento.
O ex-primeiro-ministro polonês também argumentou que a Europa possui potencial econômico suficiente para resistir à Rússia, apontando que o verdadeiro obstáculo tem sido a falta de vontade e confiança para agir:
"É impressionante, mas é verdade. Neste momento, 500 milhões de europeus estão implorando a 300 milhões de americanos por proteção contra 140 milhões de russos que não conseguiram vencer 50 milhões de ucranianos nos últimos três anos", ressaltou Tusk.
Além disso, ele anunciou que a Polônia tomará medidas para se retirar de tratados internacionais que proíbem o uso de minas terrestres antipessoal e munições cluster.
Apesar do aumento planejado nas capacidades militares, Tusk reafirmou que tropas polonesas não serão enviadas à Ucrânia para supervisionar um possível acordo de paz — uma ideia que está sendo considerada por França e Reino Unido.
"A função da Polônia é proteger sua fronteira leste, que é também a fronteira da Otan e da União Europeia", concluiu Tusk.
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