A desculpa de Amorim para saída da aliança do Holocausto
Segundo o assessor especial de Lula, o governo brasileiro se sentia 'manipulado' pela aliança

O assessor especial de Lula (PT) para Assuntos Internacionais, Celso Amorim (foto), tentou na segunda-feira, 11, explicar a saída do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA).
Segundo o chefe do Itamaraty paralelo, o governo brasileiro se sentia 'manipulado' pela aliança, criada para promover a educação e a pesquisa sobre o Holocausto e aperfeiçoar políticas de enfrentamento ao antissemitismo.
"O problema é que digamos, como você de alguma maneira aludiu [referindo-se ao jornalista Pedro Doria, autor da pergunta] é que havia uma manipulação do conceito de antissemitismo de uma maneira totalmente inaceitável", afirmou Amorim ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
"Ninguém nega o Holocausto no Brasil, pelo contrário. Eu vi o presidente Lula chamando atenção do presidente do Irã. Você não pode negar um fato histórico. Isso é um fato histórico. Se você acha que os muçulmanos também estão sendo mortos ou que os palestinos... é outra questão. Então nós nunca negamos isso", acrescentou.
"Genocídio"
Amorim voltou a acusar Israel de cometer "genocídio" na Palestina.
"Você não pode usar o Holocausto como justificativa para haver um genocídio na Palestina e nem utilizar um conceito que não existe no governo brasileiro", afirmou.
Ele também atacou o governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
"Eu costumo dizer que são coisas diferentes: o povo judeu, a quem a humanidade deve muito, o Estado de Israel, como foi criado e que a gente respeita, e o governo Netanyahu, que muita gente em Israel já não aceita mais", disse.
"Eu apoio a decisão que foi tomada em função do que eles tentavam definir como antissemitismo, dificultando a nossa própria... qualquer coisa de defesa da Palestina já era tido como [antissemitismo]. Então nós não podemos aceitar que haja essa mistura. Nós combatemos o antissemitismo, somos totalmente contra o antissemitismo [...] Agora não podemos permitir essa manipulação e não podemos permitir que isso sirva para dificultar o que nós achamos que é a solução, que é o reconhecimento do Estado da Palestina, que, aliás, o Brasil reconheceu em 2010", concluiu.
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