A ameaça de Davi Alcolumbre
Presidente do Congresso teme ficar sem influência junto ao governo federal caso União Brasil opte por declarar oposição a Lula

Em conversas com parlamentares do União Brasil ocorridas ao longo desta semana, o presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (AP), demonstrou contrariedade em relação ao movimento instituído por integrantes do partido de distanciamento em relação ao governo Lula.
Segundo deputados ouvidos por Crusoé, Alcolumbre ameaçou deixar o União Brasil caso a sigla de fato desembarque da base petista. Como revelou O Antagonista, integrantes da sigla ensaiam um abandono da base. Mas isso ocorreria apenas no início de 2026.
Na semana passada, o presidente da sigla, Antônio Rueda, criticou abertamente a política monetária do governo federal. A fala de Rueda foi entendida como um sinal claro de que o partido não pretende mais fazer parte da base petista.
Ao lado de Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, Rueda criticou as medidas encaminhadas pelo governo federal para tentar equacionar um rombo de pelo menos 20 bilhões de reais nas contas públicas. A solução apresentada pelo governo foi aumentar a taxação do IOF. E, mesmo com a resistência dos congressistas, o governo Lula não derrubou o decreto.
Agora, a medida pode ser derrubada pelo parlamento.
“A escalada de desequilíbrio fiscal criada pelo atual governo entrou numa rota sem saída. [...] Taxar, taxar e taxar não pode e não será nunca a saída, é preciso cortar despesas”, disse Rueda, presidente do União Brasil.
Esse desembarque do União Brasil ainda não ocorreu por conta de determinados setores do partido que continuam vinculados à União, como as alas lideradas por Davi Alcolumbre (AP) e a bancada nordestina. Apesar disso, já há um entendimento de que o divórcio será inevitável no início de 2026, principalmente durante o período de desincompatibilização partidária – no início do segundo semestre.
O União Brasil pretende lançar candidatura própria: a do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Nesta quinta-feira, 19, ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu-se com Caiado no Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual em Goiás.
O encontro teve como foco a definição do cenário eleitoral local. Caiado pretende eleger seu atual vice, Daniel Vilela (MDB), como sucessor. A conversa marcou a reaproximação entre Caiado e Bolsonaro. O governador de Goiás foi o único, até o momento, a se comprometer publicamente com a anistia ao ex-presidente caso seja eleito para o Palácio do Planalto.
Com Bolsonaro inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Caiado tenta se consolidar como uma das opções da direita para o Planalto.
Em 4 de abril, ele oficializou sua pré-candidatura à Presidência da República, sob o slogan “coragem pra endireitar o Brasil”.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)