Wizard diz que nunca teve reunião privada com Bolsonaro e decide ficar em silêncio na CPI
O empresário Carlos Wizard (foto) afirmou à CPI da Covid, em manifestação prévia aos questionamentos, que jamais participou de reuniões privadas com Jair Bolsonaro e negou ter integrado ou financiado o chamado "gabinete paralelo", suposta estrutura extraoficial responsável pelo aconselhamento do presidente da República no enfrentamento da pandemia. Wizard alegou estar "indignado" com as suspeitas...
O empresário Carlos Wizard (foto) afirmou à CPI da Covid, em manifestação prévia aos questionamentos, que jamais participou de reuniões privadas com Jair Bolsonaro e negou ter integrado ou financiado o chamado "gabinete paralelo", suposta estrutura extraoficial responsável pelo aconselhamento do presidente da República no enfrentamento da pandemia.
Wizard alegou estar "indignado" com as suspeitas da CPI e alegou que somente trabalhou como voluntário junto a Eduardo Pazuello, de forma pro bono, como havia relatado o ex-ministro da Saúde aos senadores.
"A minha disposição de servir o país, combatendo a pandemia e salvando vidas faz com que eu seja acusado de pertencer a um suposto gabinete paralelo. Eu afirmo aos senhores, com toda a veemência, que jamais tomei conhecimento de qualquer governo paralelo. Se, por ventura, esse suposto governo paralelo existiu eu jamais tomei conhecimento ou tenho qualquer informação a esse respeito. Digo mais: jamais fui convidado, abordado, convocado para participar de qualquer gabinete paralelo. Essa é a mais pura expressão da verdade", disse.
O empresário acrescentou que esteve com Bolsonaro somente em eventos públicos, com outras centenas de convidados. "Afirmo a esta CPI que jamais, em tempo algum, nunca, participei de uma única sessão em privado, nenhuma reunião em privado, nenhum momento particular com o presidente da República. Participei, sim, de eventos públicos onde o presidente estava presente. Não somente ele, mas centenas de outros convidados. Portanto, fica claro, evidente, transparente, que jamais tive qualquer influência, seja no pensamento do presidente ou em qualquer outro suposto gabinete paralelo".
Depois da fala, o bilionário comunicou à comissão que permaneceria em silêncio durante a sessão desta quarta-feira, 30. A decisão está resguardada por um habeas corpus preventivo concedido pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, que garantiu a Wizard o direito de não se autoincriminar.
"Feitos os esclarecimentos, por orientação dos meus advogados e em conformidade com o decidido pelo STF, doravante, vou permanecer em silêncio", informou à CPI. A posição foi reiterada pelo advogado do empresário, Alberto Toron. "Ele vai permanecer calado em relação a todas as perguntas, como lhe assegura o habeas corpus".
Apesar da postura de Wizard, o relator da CPI, Renan Calheiros, decidiu ler todas as perguntas que havia elaborado.
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Comentários (3)
PAULO
2021-06-30 16:06:38O bilionário Carlos Wizard tomou decisões para às quais não tinha qualquer alçada administrativa, ou capacidade intelectual, que causaram milhares de mortes no nosso país. AGORA ELE SE CALA. Decidiu sobre a vida e a morte de seres humanos e agora se cala. Contratou uma equipe de notáveis a peso de ouro, para PODER não responder aos brasileiros. A maioria dos mortos, são de pessoas humildes. BILIONÁRIO NENHUM SAIRÁ IMPUNE.
LUCIMARY
2021-06-30 12:21:33um escárnio, debochando dos senadores da CPI e do povo brasileiro que acompanha essa comissão em busca de resposta pra essa tragédia...lamentável
Jose
2021-06-30 12:17:55Se não deve então por que ficou calado? Alguém pode explicar este argumento? Em um país decente ele sentia trancafiado até confessar a participação no genocídio.