Ações do governo não evitam saída de fábricas automotivas da Argentina
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, tem realizado diversas visitas a fábricas de automóveis nos últimos meses (foto). O governo afirma que a produção está sendo retomada. No final do ano passado, Fernández anunciou um plano para facilitar a compra de carros e fez um acordo com os sindicatos. As iniciativas, contudo, não têm conseguido...
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, tem realizado diversas visitas a fábricas de automóveis nos últimos meses (foto). O governo afirma que a produção está sendo retomada. No final do ano passado, Fernández anunciou um plano para facilitar a compra de carros e fez um acordo com os sindicatos.
As iniciativas, contudo, não têm conseguido reverter a saída de empresas de autopeças e de carros da Argentina. Honda, Basf e Axalta já anunciaram que fecharão algumas de suas unidades no país.
"As medidas governamentais estimulam pouco a compra de carros. Com a crise, os argentinos também pensam nos automóveis como um investimento, já que comprar dólares ficou mais difícil. Mas isso não muda o quadro geral do setor", diz o economista Horacio Larghi, da consultoria Invenómica, em Buenos Aires. "As medidas do governo estão tendo um efeito marginal e de curto prazo."
A indústria argentina se preparou para produzir 1 milhão de carros este ano, mas as vendas domésticas devem ficar em torno de 200 mil. A escassez de dólares atrapalha a importação de peças para a linha de montagem. Além disso, os fabricantes de autopeças locais precisam comprar componentes do exterior e estão tendo problemas com a falta de divisas.
As exportações para o Mercosul também não andam bem. Há dez anos, cerca de 10% dos carros vendidos no Brasil eram terminados na Argentina. No ano passado, a fatia caiu para 5%. "A produção argentina também foi pensada para abastecer nosso sócio comercial natural, que é o Brasil, mas o acordo de cooperação do Mercosul fracassou", diz o economista argentino Pablo Besmedrisnik, também da Invenómica.
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