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Como ficam a Polônia e a União Europeia com a reeleição de Andrzej Duda

13.07.20 18:20

O presidente da Polônia, Andrzej Duda (foto), do Partido Lei e Justiça, venceu a eleição deste domingo, 12, com 51,2% dos votos. Populista, com uma retórica contrária à comunidade LGBT e aliado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ele ficará no cargo por mais cinco anos. Sua reeleição não deve alterar a relação de seu país com a União Europeia, mas enterrou a esperança da oposição de colocar um breque nas reformas antidemocráticas tocadas pelo Congresso.

Na Polônia, o presidente tem um papel mais simbólico. A relação com a União Europeia (UE), por exemplo, depende quase que exclusivamente do governo, o qual é liderado pelo primeiro-ministro Mateusz Morawiecki, também do Partido Lei e Justiça. Nesse ponto, o vínculo com a UE deve continuar por um caminho incerto. “A abordagem do atual governo tem sido um tanto esquizofrênica, com discursos contra a Europa convivendo com o apoio aos fundos da União Europeia. Isso acontece porque as regiões menos desenvolvidas da Polônia precisam muito do dinheiro de Bruxelas, o que acaba aprofundando a relação com o resto do bloco”, diz o cientista político Adam Traczyk, cofundador do think tank Global Lab, em Varsóvia.

O poder do presidente está principalmente em sua capacidade de vetar as decisões do governo. Se o opositor Rafał Trzaskowski ganhasse o pleito presidencial, a oposição poderia derrubar várias das propostas em curso no Congresso, onde o Partido Lei e Justiça tem maioria. Como Duda seguirá no cargo, não haverá freios às ambições do primeiro-ministro. “O presidente já mostrou que não passa de uma engrenagem do Partido Lei e Justiça. Sua reeleição indica que o governo seguirá com suas iniciativas para submeter o Judiciário e reprimir a imprensa independente, a qual muitas autoridades entendem como uma ameaça”, diz Traczyk.

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