A vida em Cuba sob a pandemia: filas por comida e insólitas coletivas de imprensa
A pandemia tem rendido várias novidades em Cuba. Em março, quando o coronavírus fazia vítimas principalmente na Europa, a ditadura cubana propagandeou-se como um destino turístico seguro para estrangeiros. Em maio, o diretor de epidemiologia do Ministério da Saúde local, Francisco Durán, recomendou sol, ovos, peixes e hortaliças para evitar o contágio da doença. Mas há...
A pandemia tem rendido várias novidades em Cuba. Em março, quando o coronavírus fazia vítimas principalmente na Europa, a ditadura cubana propagandeou-se como um destino turístico seguro para estrangeiros. Em maio, o diretor de epidemiologia do Ministério da Saúde local, Francisco Durán, recomendou sol, ovos, peixes e hortaliças para evitar o contágio da doença.
Mas há ao menos uma boa lição para se tirar do episódio. Apesar de não permitir a liberdade de imprensa e de restringir a internet, a ditadura começou, de forma inédita, a dar entrevistas coletivas diárias sobre a evolução da Covid-19.
"Pela primeira vez na vida, nossos governantes mantiveram uma atitude de transparência. Eles encarregaram o diretor nacional de epidemiologia, Francisco Durán, de dar coletivas de imprensa, em que ele responde a perguntas de jornalistas e de cidadãos comuns", diz o historiador cubano Boris González Arenas, que vive em Havana. "Em outras epidemias, como a da dengue, isso nunca aconteceu."
Cuba também conseguiu fazer com que a população seguisse as recomendações sanitárias. Como se trata de um estado policialesco com total controle sobre a vida das pessoas, o regime conseguiu obrigar seus cidadãos a usarem máscaras e a ficarem em casa. A regra só não vale para as filas necessárias para obter alimentos.
"Caminhando por Havana, é possível cruzar praças completamente vazias. De repente, pode-se avistar uma fila com trezentas pessoas. Nesse caso, os policiais não se metem porque elas estão aguardando comida", diz González.
A ilha comunista está vivendo uma crise de abastecimento quase tão grave como a da década de 1990. Até frango e ovos começaram a faltar.
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