Zoom bloqueia contas de dissidentes chineses nos EUA
O serviço de videoconferências Zoom bloqueou temporariamente contas de dissidentes chineses que moram nos Estados Unidos. Eles tentaram usar a plataforma para realizar um encontro virtual sobre o massacre da Praça da Paz Celestial, que ocorreu no dia 4 de junho de 1989. No dia marcado para a reunião, 31 de maio, mais de 250...
O serviço de videoconferências Zoom bloqueou temporariamente contas de dissidentes chineses que moram nos Estados Unidos. Eles tentaram usar a plataforma para realizar um encontro virtual sobre o massacre da Praça da Paz Celestial, que ocorreu no dia 4 de junho de 1989.
No dia marcado para a reunião, 31 de maio, mais de 250 pessoas se cadastraram para participar. Muitas delas eram da China. Mas o evento ao vivo não aconteceu, porque as contas dos organizadores e de alguns dissidentes foram canceladas.
O evento foi organizado pelo chinês Zhou Fengsuo (foto), que mora em Nova York. "Eu estou muito zangado, é claro, que mesmo neste país, nos Estados Unidos, temos de estar preparados para esse tipo de censura", disse Zhou, que participou dos movimentos por democracia na Praça da Paz Celestial e hoje preside a organização Humanitarian China. Dias depois, as contas dos dissidentes foram retomadas.
A empresa de tecnologia alegou que é obrigada a obedecer às leis locais de diversos países. "Quando uma reunião acontece em diferentes países, os integrantes devem respeitar as leis locais desses países", disse um porta-voz da empresa.
A organização civil Humanitarian China publicou um comunicado no próprio site: "É possível que o Zoom tenha bloqueado nossas contas sob pressão do Partido Comunista Chinês. Se isso aconteceu, o Zoom é cúmplice em apagar as memórias do massacre da Praça da Paz Celestial, em colaboração com o regime autoritário".
O Zoom tem subsidiárias na China e um terço de seus funcionários trabalha nesse país, onde os salários são mais baixos que os do Vale do Silício, nos Estados Unidos.
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