Bolsonaro: conversa entre Zambelli e Moro põe fim à suspeita de interferência

O presidente Jair Bolsonaro (foto) mostrou em transmissão ao vivo nesta quinta-feira, 14, mensagens trocadas entre a deputada federal Carla Zambelli, sua aliada política, e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. Para o chefe do Planalto, a conversa, antecipada por Crusoé, coloca “um ponto final” na suspeita sobre sua interferência na Polícia Federal. 

No diálogo, do dia 24 de abril, data em que Moro anunciou o desembarque do governo e fez as acusações sobre as investidas do presidente, Zambelli fez um apelo para que o ex-juiz permanecesse no cargo. 

Às 9 horas, a deputada argumentou que Maurício Valeixo pediu para sair da direção-geral da PF e, por isso, não haveria motivo para o pedido de demissão de Moro. A exoneração do delegado do posto foi ponto determinante na crise, pois Moro acusou Bolsonaro de querer colocar no lugar dele uma pessoa de confiança, com quem pudesse obter relatórios de inteligência e informações.

Uma hora depois, Zambelli reforçou: “O Planalto que pediu, mas não estou vindo como parlamentar. Estou vindo como sua admiradora”, disse num trecho. “Há 6 anos te defendo. Me ouve só um pouco. Tudo o que os criminosos querem é sua saída. Não dê esse gosto a eles, por favor. O Brasil precisa de vc (sic)”. Moro, então, respondeu: “Se o PR [presidente] anular o decreto de exoneração [de Valeixo], ok”.

Para Bolsonaro, a reação do ex-juiz da Lava Jato desmente suas acusações. “Ele dá a entender que cancelaria a coletiva dele. Voltaria ao seu trabalho normal e não se falaria mais em interferência. Reparou que acabou a interferência?”, disparou. “Isso mata de vez a história de interferir na Polícia Federal. Mata de vez. Ponto final. Pá de cal em cima dessa coisa aí”, emendou, acrescentando que, quando Zambelli falou em "Planalto", provavelmente se referia a um ministro.