Braga Netto: Bolsonaro queria trocar 'segurança pessoal' e não o comando da PF no Rio
O ministro da Casa Civil, general Braga Netto, afirmou em depoimento nesta terça-feira, 2, que, ao mencionar o Rio de Janeiro em reunião ministerial, o presidente Jair Bolsonaro se referia à troca de sua segurança pessoal. Ao usar o argumento, Netto expôs o que pode ser a estratégia do governo em relação ao vídeo da...
O ministro da Casa Civil, general Braga Netto, afirmou em depoimento nesta terça-feira, 2, que, ao mencionar o Rio de Janeiro em reunião ministerial, o presidente Jair Bolsonaro se referia à troca de sua segurança pessoal.
Ao usar o argumento, Netto expôs o que pode ser a estratégia do governo em relação ao vídeo da reunião do dia 22 de abril, gravado e exibido hoje à AGU, ao ex-ministro Moro e à Procuradoria-Geral da República: convencer os investigadores de que a menção de Bolsonaro ao Rio de Janeiro nunca esteve relacionada à mudança no comando da PF no estado.
Segundo fontes que tiveram acesso ao depoimento, no entanto, Bolsonaro deixa claro que a interferência sugerida seria na PF do Rio, e que inclusive o presidente queria fazê-la para proteger seus familiares de investigações. A defesa do ex-ministro Sergio Moro e o próprio ex-juiz já se manifestaram a favor da divulgação da íntegra da gravação.
De acordo com Braga Netto, o presidente "apenas fez referência como ilustração de sua insatisfação" e se "queixava de não terem sido esclarecidos por completo fatos relacionados ao porteiro de seu condomínio, nem muito por ele, mas por se tratar de fatos relacionados ao cargo de Presidente da República".
Ainda segundo Braga Netto, o presidente "não demonstrava insatisfação com elementos de polícia judiciária, mas sua insatisfação era com os dados de inteligência, que precisavam ser ao presidente fornecidos para a tomada de decisões".
O general também detalhou a reunião com Moro em que ministros generais tentaram demovê-lo da ideia de se demitir do governo. O encontro teria ocorrido um dia após à reunião ministerial gravada em vídeo em que Bolsonaro, segundo Moro, ameaçou demiti-lo caso não mudasse o comando da PF no Rio. O encontro contou com a presença do general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional.
Segundo ele, o "ex-ministro Sergio Moro revelou aos presentes que o presidente Jair Bolsonaro permanecia com a ideia de troca na direção-geral da PF, porém ele, Moro, não concordava com a interferência específica nessa substituição e teria uma biografia a manter".
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