Skaf é alvo da 1ª denúncia pelo 'delivery de propina' da Odebrecht em SP
O Ministério Público Eleitoral denunciou o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, Paulo Skaf (foto), pelo recebimento de 5,1 milhões de reais em propina e caixa dois da Odebrecht em 2014, quando tentou se eleger governador do estado. Essa é a primeira denúncia eleitoral em São Paulo baseada na delação da empreiteira. Há mais...

O Ministério Público Eleitoral denunciou o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, Paulo Skaf (foto), pelo recebimento de 5,1 milhões de reais em propina e caixa dois da Odebrecht em 2014, quando tentou se eleger governador do estado. Essa é a primeira denúncia eleitoral em São Paulo baseada na delação da empreiteira. Há mais de 20 inquéritos em curso.
Também são acusados o marqueteiro Duda Mendonça, responsável pela campanha de Skaf naquele ano, seu filho, Alexandre Mendonça, o publicitário Paulo Luciano Tenuto Rossi, irmão do deputado e presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, além do Álvaro José Novis e quatro ex-executivos da empreiteira, entre eles o ex-presidente Marcelo Odebrecht.
A denúncia contra Skaf está baseada na delação premiada dos executivos da Odebrecht, na colaboração do doleiro Álvaro Novis, responsável por coordenar os pagamentos ilícitos da empreiteira a políticos e agentes públicos no Rio de Janeiro e em São Paulo, e nos arquivos apreendidos da Transnacional, a transportadora de valores usada para entregar o dinheiro em espécie.
Como Crusoé mostrou em setembro do ano passado, na reportagem 'A lista do delivery da propina', os arquivos da Transnacional apontam pelo menos 532 entregas de dinheiro no valor total de 248,9 milhões de reais vinculados a 90 codinomes de políticos, como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-governador tucano Geraldo Alckmin.
No caso de Skaf, segundo a denúncia, os pagamentos foram feitos sob os codinomes ‘Kibe’ e ‘Tabule’ em quartos de hotéis em São Paulo. Duda Mendonça admitiu ter recebido dinheiro pela campanha de Skaf por meio de caixa 2, através de intermediários que se hospedavam em hotéis de São Paulo para receber os malotes. O marqueteiro teria recebido 4,1 milhões de reais, enquanto que Paulo Rossi teria ficado com 1 milhão de reais.
Segundo os delatores da Odebrecht, o acerto de caixa 2 para a campanha de Skaf foi feito durante um jantar no Palácio do Jaburu, residência do então vice-presidente Michel Temer. Skaf nega as acusações.
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