Teich: 'Imaginar um pico da doença igual para todas as regiões não é razoável'
O ministro da Saúde, Nelson Teich (foto), disse nesta segunda-feira, 27, que o Brasil deve enfrentar distintos picos de transmissão do novo coronavírus, os quais acontecerão conforme as características de cada região. “A gente tem falado o tempo todo o quão heterogêneo é o país. Imaginar um pico igual para todas as regiões não é...
O ministro da Saúde, Nelson Teich (foto), disse nesta segunda-feira, 27, que o Brasil deve enfrentar distintos picos de transmissão do novo coronavírus, os quais acontecerão conforme as características de cada região. “A gente tem falado o tempo todo o quão heterogêneo é o país. Imaginar um pico igual para todas as regiões não é uma coisa razoável, não é uma coisa correta”, pontuou em coletiva no Palácio do Planalto.
O titular da pasta comentou o assunto quando questionado se o país, de fato, viveria a pior fase ao início de maio, como previsto inicialmente. Teich afirmou que não pode haver “apego aos números como se fossem uma verdade absoluta”. “Por mais que você possa projetar o pico da doença em algumas regiões, tem que estar preparado para estar errado, porque os modelos erram muito. O que é fundamental é a gente tentar se preparar para tratar as pessoas mesmo que exista uma margem de erro na nossa projeção”, emendou.
Secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira observou que, como a Covid-19 não circulava em anos anteriores, não existe uma série histórica que assegure maior segurança às projeções. Lembrou, no entanto, que a região Norte tem maior frequência de transmissão de vírus respiratórios em março e abril. No Sul e no Sudeste, a propagação tende a ocorrer com maior intensidade em maio e junho.
“Por que a gente sempre fala em vírus respiratórios? Porque é o único que temos como referência”, frisou. “Do ponto de vista do padrão epidêmico, estamos olhando cada local de modo distinto. Na região Sul/Sudeste do país, ainda não tivemos uma transmissão pronunciada como o esperado. Ainda estamos próximos do período de maior transmissibilidade. Estamos na semana epidemiológica 18. O período de maior incidência de vírus respiratórios ocorre em torno da semana epidemiológica 20, 22, 27”, completou.
Teich garantiu que, em meio às incertezas, não adotará qualquer iniciativa “intempestiva” em relação ao isolamento social. “O Brasil é heterogêneo. Certamente, a gente vai ter medidas diferentes e diferentes regiões do país. Isso tudo vai ser trabalhado no detalhe”, disse.
Na coletiva, o novo secretário-executivo da pasta, general Eduardo Pazuello, alegou que, em alguns locais, o distanciamento não rendeu frutos. Ele, contudo, não apresentou exemplos do fracasso. “Precisamos ajustar a não-linearidade, para cada região, para cada estado, cada município. Cada um tem suas diferenças e seus resultados. Em alguns lugares, o isolamento dá resultado. Em outros lugares, o isolamento não deu tanto resultado. Em alguns lugares, o vírus chegou, em outros, não chegou. Não podemos falar de Brasil com a simplicidade que tenho lido em várias matérias. O Brasil é um continente.”
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