Câmara aprova 'orçamento de guerra'
Após cerca de cinco horas de discussão, a Câmara aprovou nesta sexta-feira, 3, a proposta de Emenda à Constituição do “orçamento de guerra”, que retira amarras legais para a ampliação dos gastos públicos, como a "regra de ouro", no combate ao avanço do novo coronavírus. O projeto ainda precisa ser avaliado pelo Senado. A proposta...

Após cerca de cinco horas de discussão, a Câmara aprovou nesta sexta-feira, 3, a proposta de Emenda à Constituição do “orçamento de guerra”, que retira amarras legais para a ampliação dos gastos públicos, como a "regra de ouro", no combate ao avanço do novo coronavírus. O projeto ainda precisa ser avaliado pelo Senado.
A proposta institui um regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações enquanto durar o estado de calamidade pública no país — ou seja, até 31 de dezembro de 2020. Segrega-se, então, o orçamento público, criando uma espécie de folha paralela para as despesas relacionadas à Covid-19, válidas apenas para este ano.
Um Comitê Geral de Crise será responsável por estabelecer a orientação geral de atuação e aprovar as ações do regime especial. O presidente Jair Bolsonaro presidirá o grupo. Integrarão o colegiado, por exemplo, ministros; secretários de Saúde, de Fazenda e de Assistência Social; e representantes do Senado e da Câmara.
A PEC ainda autoriza o BC a comprar e vender direitos creditórios e títulos privados de crédito em mercados secundários. O trecho, cuja a intenção é dar à instituição condições de equilibrar o mercado, tornou-se alvo de polêmica. O PSol chegou a propor um destaque para excluir o artigo, pelo receio de que a instituição financeira comprasse "títulos podres", mas não obteve maioria.
Para ampliar a transparência nestas operações, a Câmara inseriu no texto a obrigatoriedade da prestação de contas pelo presidente do Banco Central, de forma virtual, a cada 45 dias. “O nosso maior problema foi a questão do Banco Central. Muitos mostraram dúvidas em relação à transparência e prestação de contas”, explicou o presidente da casa, Rodrigo Maia, à tarde.
Conforme a proposição, o Congresso Nacional poderá anular qualquer decisão do Banco Central ou do Comitê em “caso de irregularidade ou de extrapolação aos limites do artigo”.
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Comentários (10)
Edmilson
2020-04-04 23:18:24O Banco Central não pode disponibilizar o dinheiro público comprando títulos podres dos bancos privados. Esses bancos não podem ser salvos devido os efeitos do Covid-19.
Marcia
2020-04-04 20:13:55Porque vocês não falam que este mesmo congresso não transferiu os recursos do fundo eleitoral para a saúde?
Pateta
2020-04-04 15:56:12Agora nós povo brasileiro estamos fudi....os de vez, tudo que a politicalha queria, dinheiro sem limites, povão nos veremos a volta da inflação a galopes, se não morremos do vírus, morreremos de fome.
Inês
2020-04-04 13:08:53O cheiro da podridão, só não sente quem não quer, o destaque do novo, ficou na gaveta, o sacrifício é do povo, dar nojo dessa classe política, vamos praticar a desobediência civil.
Manoel
2020-04-04 11:17:23Eduardo você tem toda razão esse pessoal quer é dinheiro sem limites. Pobre Brasil.
Eduardo
2020-04-04 10:35:59Esse “Orçamento de Guerra” vai ser uma festa. Muito neguinho vai enriquecer.
Celso
2020-04-04 08:28:41Por que não abriram mão do dinheiro do fundo eleitoral? São de um cretinismo incrível.
José geraldo
2020-04-04 01:37:57Transparência...essa e a palavra chave na prestação de contas, ai e com Moro!
Ricardo
2020-04-03 23:55:06Nenhuma nota sobre a proposta do Partido Novo? Toda a imprensa se omitindo. VERGONHA
ANTONIO
2020-04-03 23:53:31Pera aí o PSOL com receio de instalações comprar títulos podres? Porque não barraram as negociatas que seus comparsas fizeram com o dinheiro dos fundos de pensão, por exemplo, Postalis, justamente comprando títulos podres, na época em que estavam no poder?