Delator sobre reunião de construtoras com governador da Paraíba: 'dinheiro para campanha'
O anexo de número 4 do acordo de colaboração premiada do ex-deputado Ivan Burity narra uma reunião do atual governador da Paraíba, João Azevedo (foto), com representantes de quatro construtoras. O tema do encontro, realizado em 2014, quando Azevedo era secretário de Recursos Hídricos na gestão de Ricardo Coutinho, era a arrecadação de valores para...
O anexo de número 4 do acordo de colaboração premiada do ex-deputado Ivan Burity narra uma reunião do atual governador da Paraíba, João Azevedo (foto), com representantes de quatro construtoras. O tema do encontro, realizado em 2014, quando Azevedo era secretário de Recursos Hídricos na gestão de Ricardo Coutinho, era a arrecadação de valores para o pagamento de fornecedores de campanha e políticos aliados.
Segundo Burity, além do atual governador João Azevedo, participaram da reunião representantes das construtoras Galvão Engenharia, Marquise Engenharia, Via Engenharia e Queiroz Galvão. Todas atuavam na obra do canal Acauã-Araçagi, considerada a maior obra hídrica da história da Paraíba.
Após a reunião, disse Burity, ficou decidido que os repasses de valores para o grupo político ficariam “centralizados” na Via Engenharia. Por esse motivo, explicou o delator, foram realizadas viagens de avião para Brasília, sede da empreiteira, para receber os valores.
“Os valores giravam em torno de 1,3 milhões de reais, pagos em 2 ou 3 vezes. Deste total, 600 mil foram entregues em Brasília em dinheiro, acondicionado em bolsas e entregues dentro da empresa”, diz trecho do anexo.
Burity conta ainda que utilizou os valores arrecadados na empreiteira para repassar a políticos. Um deles, diz, foi o deputado federal Efraim Filho, do DEM. “Uma das entregas foi a o Dep. Federal Efrain Filho no apt funcional onde ele residia, em Distrito Federal”, diz a delação.
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Comentários (10)
Sergio
2020-01-19 21:23:32Mais corrupção. É lava jato, vai ter que prender todo mundo. Só que não, vão soltar. Vergonha mundial.
Uira
2020-01-19 19:12:30TERROR = CORRUPTOS NUS. Sua FALTA DE PUDOR e CARÁTER deve ser “despida” diante do país, do planeta, dos brasileiros. Quem quiser se abraçar a um CORRUPTO NU que fo aça às suas expensas e não da sociedade.
Uira
2020-01-19 19:10:08Uma vez que se puxe uma PONTA SOLTA na BASE DA PIRÂMIDE, é inevitável que ela não leve a outras pontas soltas. A questão é que isto seja feito de forma CENTRALIZADA e COORDENADA para que não se deixe nenhuma PONTA SOLTA para trás e, assim, se teça toda a REDE e TEIAS DE CORRUPÇÃO que formam o SISTEMA CORRUPTO. Isto é o verdadeiro TERROR, um CORRUPTO saber que está NU PERANTE TODOS. Sem ser capaz de disfarçar sua REAL NATUREZA, lhe resta sucumbir.
Uira
2020-01-19 19:04:35Ou seja, a corrupção nas instâncias inferiores está condicionada ao COMPORTAMENTO e MODUS OPERANDI do escalão superior, isto é, do governo e legislativo federal, do STJ, do STF e do TSE, pois sem aval destas instâncias, os CORRUPTOS das esferas inferiores estariam expostos e seriam facilmente capturados. A BASE DA PIRÂMIDE não pode funcionar sem o TOPO e vice-versa, são COMPLEMENTARES e se retroalimentam, pois quanto mais amplo o SISTEMA, mas um depende do outro.
Uira
2020-01-19 18:57:48Seja o que se verificar na PR, AL, PA, MG, cada esquema descoberto serve como PROXY ou ESPELHO para outros que se enquadrem dentro das mesmas condições e parâmetros. É a Constituição de 88 e o JUDICIÁRIO CORRUPTO que determinam como o SISTEMA CORRUPTO pode operar, portanto o COMPORTAMENTO dos CORRUPTOS, mesmo que em PONTOS GEOGRÁFICOS diferentes, será moldado pelas REGRAS SUPRA-LOCALIZADAS. O recurso só chega nos estados e prefeituras se for liberado pelo topo.
Uira
2020-01-19 18:53:15A corrupção nunca parou ou teve intenção de parar, o que aconteceu é que as TREVAS não podem se instalar onde há LUZ, os TUBARÕES se viram obrigados a migrar para a periferia. Mas como já dito em relação à REDE CLANDESTINA que parece operar nos subterrâneos da República, onde há mais atores, há mais pesadas e rastros. Uma vez que se coloque os ÓCULOS DE VISÃO NOTURNA e se estabeleça o MAPA DE CALOR, o que se terá é a imagem de um imenso ESGOTO SUBTERRÂNEO.
Uira
2020-01-19 18:45:41Onde se pode esperar um pouco mais de diversificação e heterogeneidade é nas margens do sistema, onde os valores são menos atraentes. Mas mesmo nestes casos, considerando que a LAVAJATO dificultou a vida dos TUBARÕES, é razoável supor que eles migraram para as camadas intermediárias e inferiores. Inclusive pq eles em parte já deviam fazer parte delas, controlando a distribuição de recursos do TOPO para a BASE, o que só podia ser feito tendo-se a chave do cofre.
Uira
2020-01-19 18:42:19Num modelo de CAPITALISMO DE COMPADRIO os vencedores devem automaticamente serem sempre os mesmos, pois a concorrência deve ser eliminada e um SISTEMA CARTELIZADO deve ser colocado no lugar para simular uma pretensa concorrência. Quem não aceita fazer parte do jogo deve ser expelido, e como o sistema é GULOSO, ele age para crescer cada vez mais, criando um funil onde somente os mais CORRUPTOS podem realmente ter qq chance de sobreviver e se perpetuar.
Uira
2020-01-19 18:38:49Isto se torna mais verdade pq a corrupção nos estados e prefeituras depende da estrutura federal para “canalizar” os recursos para as obras e os contratos a serem superfaturados. Uma vez que o sujeito no topo é sempre o mesmo, isto logicamente acabaria por levar a uma especialização e convergência para os mesmos FORNECEDORES. Não é um jogo de CARTAS MARCADAS? Portanto isto implica que as “CARTAS” nas fraudes e superfaturamentos tenderiam a se repetir.
Uira
2020-01-19 18:34:35Se o SISTEMA DE CORRUPÇÃO no Brasil for visto como um imenso sistema de VASOS COMUNICANTES que foi sendo construído e expandido ao longo de décadas, então isto significa que as técnicas e métodos de corrupção foram sendo “transmitidas” e repassadas ao longo do tempo. Mesmo que a corrupção se dê em pontos diferentes do território nacional, ela compartilha traços idênticos ou similares. Aliás, como o sistema é baseado na concentração dos ganhos na mão de poucos, isto leva a intercessões.