Estatais federais têm rombo recorde de R$ 6,3 bilhões em 2025
Dados foram divulgados pelo Banco Central; passando por uma de suas maiores crises financeiras, os Correios contribuíram para o resultado
As empresas estatais federais acumularam um déficit de 6,3 bilhões de reais no período de janeiro a novembro de 2025, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira, 30. É o pior resultado para o período na série histórica, iniciada em 2009, quando o cálculo parou de considerar empresas dos grupos Petrobras e Eletrobras.
De janeiro a novembro do ano passado, havia ocorrido um déficit de 6 bilhões de reais, e no mesmo período de 2023 - primeiro ano do governo Lula (PT) -, um rombo de 343 milhões de reais.
Já no mesmo período em 2022, último ano do governo Jair Bolsonaro (PL), as estatais federais acumularam superávit de 4,5 bilhões de reais.
Os Correios contribuíram para o resultado de 2025. A estatal tem acumulado prejuízo ano após ano desde 2022 e, apenas até setembro deste ano, já soma um déficit de 6,1 bilhões de reais.
A empresa vive um momento delicado em meio a uma de suas maiores crises financeiras. Na segunda-feira, 29, a direção da estatal anunciou que, mesmo após captar 12 bilhões de reais junto a um grupo de cinco bancos, ainda precisa levantar mais 8 bilhões de reais para completar o plano de reestruturação financeiro inicialmente traçado para 2025 e 2026, conforme falamos aqui.
O valor captado será usado para pagar fornecedores, benefícios e tributos, mas a lacuna de 8 bilhões ainda precisa ser preenchida por novos empréstimos ou por possíveis aportes públicos, que ainda não foram definidos.
Demissões
Os Correios decidiram elevar para 15 mil o número de adesões esperadas ao Programa de Demissão Voluntária. A direção prevê o desligamento de 10 mil funcionários em 2026 e de outros 5 mil no ano seguinte, com economia estimada em 1,4 bilhão de reais.
O plano integra o documento “Correios em Reestruturação”, apresentado aos empregados como base das mudanças previstas entre 2025 e 2027. A administração aponta a necessidade de uma reformulação profunda para enfrentar a crise financeira da estatal.
Segundo o informativo, o PDV será “uma iniciativa totalmente voluntária, com condições atrativas e seguras para quem optar pela adesão”. O mesmo texto comunica o adiamento, para 2027, das contratações do concurso público concluído no fim do ano
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