Sírios celebram o Natal em igreja alvo de ataque terrorista em junho
Fiéis se reuniram na Igreja de Mar Elias e prestaram homenagens às vítimas com fotos na árvore
Centenas de cristãos celebraram o Natal na Igreja de Mar Elias, em Damasco, na terça-feira, 23.
A igreja cristão grego-ortodoxa foi alvo de um ataque terrorista em 22 de junho, que resultou na morte de 25 pessoas e deixou 50 feridos.
A árvore de Natal foi ornamentada com fotos das vítimas que morreram no atentado.
Entre elas, estavam imagens de três homens considerados heróis por terem enfrentado o terrorista e evitado que o número de mortos fosse ainda maior.
Atentado
Na ocasião, o terrorista abriu fogo e detonou um colete explosivo dentro da igreja ortodoxa enquanto os fiéis celebravam uma missa.
Antes de detonar o colete, os irmãos Boutros e Gergis Bechara, juntamente com outro membro da congregação, Milad Haddad, imobilizaram o atirador e o expulsaram do centro da igreja.
O irmão de Milad Haddad, Imad, compareceu à cerimônia de iluminação da árvore de Natal.
"Se não fossem por esses três, talvez não restasse uma única pessoa das 400", disse ele.
Uma célula do Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque e disse que havia o planejamento para outro atentado a um santuário xiita.
O governo sírio afirmou que o grupo era uma fachada para o Estado Islâmico.
Violência sectária
O ataque contra cristãos foi o primeiro registrado na Síria em anos e ocorreu seis meses após a deposição do ditador Bashar al-Assad.
O presidente, Ahmed al-Sharaa, tem enfrentado dificuldades para exercer autoridade no país, até mesmo com grupos aliados.
Entre os cristãos, há um clima de incerteza e receio de possíveis represálias por parte do grupo terrorista Hay'at Tahrir al-Sham (HTS), cujos membros compõem o governo.
Durante a ditadura de Assad, os cristãos se aproximaram do governo e por isso não sofreram violações de direitos humanos.
Refugiados
Antes da Guerra Civil Síria de 2011, havia cerca de 1,8 milhão de cristãos no país.
Durante o conflito, os terroristas do Estado Islâmico (Isis) atacaram várias comunidades cristãs, destruíram igrejas e sequestraram fiéis.
Com medo, a maioria dos cristãos buscou refúgio no exterior.
Atualmente, existem cerca de 575 mil cristãos na Síria.
Desta vez, os mais novos querem sair. Eles não desejam fazer parte do Exército local.
Para entrar na polícia, os jovens precisam estudar a sharia, que é a lei islâmica.
Leia mais: O dilema dos cristãos na Síria
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