Vale-tudo da reeleição tem Janja com gospel
Primeira-dama participou de assinatura de decreto para valorizar a música dos evangélicos
A primeira-dama Janja (foto) participou na manhã desta terça, 23, de um ato no Palácio do Planalto da assinatura de um decreto sobre o "reconhecimento, a valorização e a promoção da cultura gospel como manifestação da cultura nacional".
Entre os presentes do ato desta terça estava o advogado-geral da União, Jorge Messias, que é evangélico e foi indicado pelo presidente para o Supremo Tribunal Federal (STF).
O ato, que não tem qualquer efeito prático na realidade, é só mais um evento promovido por Lula para se aproximar do público evangélico, de olho na tentativa de reeleição em 2026.
Após Sidônio Palmeira ter assumido a Secretaria de Comunicação da Presidência no início de 2025 e colocar a agenda da reeleição em primeiro plano, Janja já participou de cultos evangélicos em vários estados do país.
Mas Janja não se diz adepta a nenhuma religião.
Sua intervenção atrapalhada nesta terça, ao pegar o microfone, tem muito mais de feminismo do que de religião.
"Eu não estou sozinha. Neste momento, as mulheres estão precisando muito não ficar sozinhas e que Deus olhe por elas muito. Então a gente têm cantado 'eu não estou sozinha'. Nós não estamos sozinhas. Uma mulher não solta a mão da outra nunca. Então Deus está olhando por nós. Amém", afirmou Janja.
No passado, Janja evitava os eventos religiosos em que seu marido participava.
No documentário Apocalipse nos Trópicos, de Petra Costa, que acaba de ser indicado ao Oscar, Janja intervém após Lula se queixar da proximidade entre os evangélicos e Jair Bolsonaro.
Janja então começa a falar de episódios de violência em igrejas, dizendo que as pessoas estavam "dando tiro" dentro dos templos, em uma tentativa de relacionar violência com o mundo evangélico.
Em 2022, Janja fez uma crítica a Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama.
"Eu não vou te ajudar não, não vou ser ajudadora. Eu vou estar do seu lado, junto, lutando, para a gente dar de novo o Brasil da esperança que esse povo maravilhoso merece", disse Janja.
O termo "ajudadora" é frequente entre mulheres evangélicas e tinha sido usado por Michelle anteriormente.
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